Sobre o caso Freeport, escrevi aqui a 29 de Janeiro: «Depois do que a imprensa publicou, não vejo alternativas: de algum modo, Sócrates devia possibilitar o escrutínio das suas contas para matar a suspeição Freeport. (...) Se se encontrar lá o dinheiro sujo, o homem tem de ir embora. Se não se encontrar, outros terão de extrair as consequências.»
Eu alinhava, portanto, no pressuposto de que havia mesmo dinheiro cuja falta, suspeita, carecia de ser explicada.
A Visão desta semana informa:
«Desde que o caso Freeport (...) voltou a ocupar o topo da actualidade (...) muitas foram as informações díspares e desencontradas que vieram a lume. Uma, porém, foi sempre assinalada como sendo à prova de bala: a de que a investigação do SFO [Serious Fraud Office] teria sido iniciada depois de, em 2007, o grupo Carlyle ter detectado, ao comprar o outlet, um buraco nas contas do Freeport PLC. (...) Mas o certo é que até esta alegação pode estar comprometida, já que um porta-voz autorizado do grupo Carlyle afirmou ao jornal britânico Daily Mail que uma "investigação técnica independente" das contas do grupo não encontrou qualquer indício das alegações de suborno e corrupção. (...) [Afirmou ACV] porta-voz do grupo em Portugal: "As nossas contas foram auditadas e nelas não se encontrou nenhum money missing [dinheiro em falta] nem nenhum black hole [buraco negro] (...).»
Afinal, se calhar até a pista do "procurem o dinheiro" passa de (mais uma) falsa existência...
Freeport: Notícias envolvendo magistrados permitem "clima perverso de suspeições institucionais"