Comissão Europeia acusa EUA da crise financeira mundial.
A Europa da União pode até estar relativamente menos corroída por práticas desviantes do capitalismo financeiro, mas parece deslocada qualquer arrogância face aos EUA. No fundo a tendência dos governos da UE e do executivo de Bruxelas é a mesma de todos os apóstolos do capitalismo: assenta na crença na existência e virtudes da ordem espontânea e na confiança de que o princípio "seja o que Deus quiser" é o mais adequado aos bonitos olhos azuis dos financeiros.
Na verdade, desde o Mercado Único Europeu, e especialmente desde o Plano de Acção para o Sector Financeiro (1995), a Europa tem trilhado, neste campo, um caminho onde se nota menos a integração positiva (estabelecimento de enquadramentos regulatórios comuns no espaço europeu) e onde prevalece a integração negativa (desmantelamento dos mecanismos de regulação nacional).
Assim estando as coisas, com a colaboração de todas as grandes famílias políticas (incluindo os socialistas), não parece ajuizado estar a apontar o dedo aos americanos, como se eles fossem - descontados o crime financeiro puro e duro, que talvez seja menos frequente na Europa - como se eles fossem "outro mundo", "pecadores" de "pecados" que por cá não se cometem.
Chegou o tempo de ver de que nos serve ter um ex-maoísta à frente da Comissão Executiva da União Europeia.
(Falta um ponto de interrogação no fim da frase anterior...)