Pretendemos, então, recensear a crítica institucionalista de Geoffrey M. Hodgson à teoria económica neoclássica. Vamos resumi-la em três pontos:
Primeiro, uma crítica do individualismo metodológico;
Segundo, uma crítica da hipótese da maximização;
Terceiro, uma crítica do conceito racionalista de acção.
Por hoje ficamo-nos pelo primeiro ponto.
Primeiro, temos uma crítica do individualismo metodológico, característica central do modo de fazer ciência da economia neoclássica (Hodgson 1988: capítulo 3).
Primeiro, uma crítica do individualismo metodológico;
Segundo, uma crítica da hipótese da maximização;
Terceiro, uma crítica do conceito racionalista de acção.
Por hoje ficamo-nos pelo primeiro ponto.
Primeiro, temos uma crítica do individualismo metodológico, característica central do modo de fazer ciência da economia neoclássica (Hodgson 1988: capítulo 3).
O individualismo metodológico não se limita ao atomismo social truístico (“a sociedade é formada por indivíduos”), nem nega a existência de entidades sociais, nem que elas influenciam o curso dos acontecimentos humanos. O individualismo metodológico, pretende, precisamente por ser um posicionamento metodológico, que qualquer boa explicação dos fenómenos sociais tem de ser formulada em termos individuais, uma vez que todas as acções são executadas por indivíduos e os colectivos nada são para lá dos actos dos seus membros individuais. Essas explicações individualistas em ciências sociais geralmente assumem agentes dotados de intenções, cuja acção individual é animada por propósitos e dirigida a objectivos. O que liga a acção individual aos fenómenos colectivos é o método compositivo: o ponto de partida é o indivíduo (abaixo dele nenhuma análise é invocada, deixando os processos inconscientes ou subconscientes na sombra e/ou remetendo-os para a psicologia); tudo o resto são composições sucessivas e hierárquicas, piramidais, da acção dos elementos básicos; o macro é explicado pelo micro. Em certas variantes do individualismo, os colectivos são tratados como indivíduos, como se as empresas, famílias ou classes sociais fossem as únicas unidades dotadas de propósitos.
Ora, a abordagem institucionalista rejeita que o comportamento individual seja o único ponto de uma explicação possível: as explicações adequadas podem ter de conter níveis sub-individuais (psicologia), bem como instituições sociais e cultura, que podem influenciar o comportamento individual, embora de forma não determinista.
(continua)