Parece que PSD e BE estão com dificuldades em separar bandeiras. Se foi o PSD ou o BE a inventar o "orçamento de base zero", quem copia quem nessa matéria, qual dos dois partidos consegue levar melhor essa proposta ao adequado ponto de rebuçado - parece ser agora a fina linha divisória entre as grandes bandeiras políticas de Passos Coelho e de Louçã. Agora, o BE até parece ter a mesma posição do PSD quanto ao aumento de impostos: será que o BE também vai participar no cálculo e comemoração do "dia da libertação dos impostos"? Pelo andar da carruagem, já nem espanta que o PSD de Passos Coelho sugira que o governo negoceie o orçamento com o BE: ao PSD não importa muito influenciar o rumo do país; quer, tão somente, não ficar associado a qualquer partilha de responsabilidades; e parece não ver inconvenientes em que o BE entre para o "arco da governação".
Afinal, a "teoria Henrique Monteiro", exposta no editorial de ontem do Expresso, faz escola: se o governo quer orçamento, que se desembrulhe. Como se o orçamento não fosse coisa de interesse para o país e um governo responsável pudesse aceitar qualquer orçamento apenas para se manter. Se toda a oposição quer o mesmo, por que não se juntam todos para governar?