Louçã acusa Sócrates de tráfico de influências.
Louçã acha que um militante do BE é essencialmente incapaz de exercer um "lugar de Estado"? Louçã acha que qualquer "lugar de Estado" que venha a ser exercido por um militante do BE deve contar primeiro com ele próprio? Louçã acha que é dono dos militantes do BE, cabendo-lhe autorizar que eles aceitem lugares públicos? Ou Louçã acha que certos militantes em concreto são incompetentes para certos lugares em concreto, para os quais tenham sido convidados? Neste último caso, Louçã podia explicar que pessoas e lugares concretos são esses - e porquê a imputada incompetência. Em todos os outros casos, Louçã comporta-se como um cacique. Fico à espera de perceber melhor.
Entretanto, enquanto Louçã critica os que vêm para ocupar lugares, eu sempre digo que piores são os partidos que se fartam de criticar mas nunca querem lugar nenhum. Daqueles lugares onde é preciso fazer. Por esses partidos assim mostrarem só quererem desfazer, não construir.
Quanto à terminologia do tráfico de influências, ela é típica do bispo Louçã: entende a política como o seu "reino de Deus", onde cabe a ele excomungar, amaldiçoar e enviar para o inferno os que não seguem os seus mandamentos. A esquerda portuguesa não merecia melhor do que esta nova espécie de censor? (Ou será "sensor", por andar só a detectar o que melhor impressiona os ouvidos disponíveis para a demagogia?)