3.7.12

o Carmo, a Trindade e o Metro do Porto.


Que se diga que o governo se engalfinhou mais uma vez em lutas intestinas por causa de meras questões de pequenos poderes, talvez com os rivais Menezes e Rio mais uma vez atravessados, levando na corrente da pequena confusão os demais autarcas da região do Porto, e que tudo isso era escusado - posso concordar. São as pequenas cegadas dos poderes de algibeira que, infelizmente, acontecem em qualquer sociedade complexa, especialmente quando é fracamente estruturada.
Já que, por causa de um adiamento de uns dias na nomeação de um conselho de administração de uma empresa pública, se diga que foi desrespeitado o Porto e os seus habitantes, e que o ministro tal tem por isso de ser demitido, e que o primeiro-ministro tem de vir a terreiro por causa disso, como se tivessem caído o Carmo e a Trindade e mais os parentes na lama - parece-me ridículo. Que venham altíssimos dirigentes de partidos importantes meter-se em tal sarrabulho, parece-me triste. Quantos portugueses da região do Porto terão sentido um frémito de indignação por causa de uma reunião da administração do Metro que não correu bem (ou não chegou sequer a correr)? Espero que, fora dos corredores partidários, poucos. Ou, ainda melhor, nenhum. É que a indignação é para ser usada como o tempero, não à toa.