Por razões profissionais, tenho andado nos últimos dias numa relativamente intensa troca de mensagens com o Professor Kohji Ishihara, do Centro de Filosofia da Universidade de Tóquio. Há dias enviou-me um texto dele, a que não poderia de outro modo ter acesso por estar à espera de ser publicado ainda este ano num volume colectivo numa editora alemã. O texto intitula-se “Roboethics and the Synthetic Approach: A Perspective on Roboethics from Japanese Robotics Research”. Muito interessante (provavelmente, ainda falaremos disto aqui noutra ocasião).
Estando a apresentar várias abordagens japonesas à relação entre robôs e humanos, esse texto cita Masahiro Mori, uma figura de proa da Sociedade Japonesa para os Biomecanismos, num texto de 1968, escrevendo o seguinte: “A mera análise de humanos não é suficiente para compreender os humanos. Fazer humanos é o caminho para compreender os humanos (...). Isto é verdade não só no que diz respeito à inteligência, mas também para um olho ou um dedo.”
Notar que "fazer humanos", neste contexto, não se refere ao "método clássico" ...
Pensem nisto. E pensem que foi escrito em 1968.