23.7.12

a fluidez nos professores.


Adormeceram professores e acordaram sem turmas.

Respigo do testemunho de Cecília Lourenço: "O pior é sentir que nunca mais vou ser a mesma. Pode parecer exagero. Mas é mesmo assim: eu, que não tinha medo, não voltarei a sentir-me segura. Não apenas na escola, mas no país."

Isto explica-se? Explica.
Deixo-vos uma citação, sem comentários, para reflexão:
A fluidez: tocamos aqui na essência da estabilidade das democracias-mercados. Esta fluidez só pode funcionar através de uma química social capaz de exercer uma pressão permanente, presente em toda a parte e em parte nenhuma, uma espécie de polícia obstinado em seguir cada Robinson-partícula como se fosse a sua própria sombra.
Este gendarme pacífico, silencioso, permanente e sobretudo gratuito estava ao alcance da mão: era a fome! Bastava pensar nisso... e muitos eram os conservadores que, como o Bentham do tempo da revolução industrial, se maravilhavam com o facto de a Natureza regressar a galope até ao social e se encarregar ela mesma de produzir o que era exigido à época pelo mercado de trabalho: uma grande massa submissa e embrutecida pela fome!

A citação é de Gilles Châtelet, Vivermos e Pensarmos como Porcos, Temas & Deabtes, pp. 69-70

Não anda muito longe do que escrevi aqui.

No meio disto tudo, as pequenas trapaças dos corredores são apenas epifenómenos (embora digam alguma coisa da qualidade humana de certos intervenientes).