Governo aprova fim das golden share da PT, EDP e Galp Energia.
Decisões deste tipo acabariam por ter de ser tomadas mais tarde ou mais cedo, dado o enquadramento europeu (dominado pelo "pensamento único" segundo o qual o Estado só atrapalha, excepto quando está a defender os grandes negócios) e o caderno de encargos específico que foi assinado em troca de uns dinheiros que vamos pagar caro. Tais decisões não deixam, contudo, de diminuir a margem de manobra de quem deve defender o interesse de todos, quando confrontado com fortes interesses privados mais virados para o curto prazo do lucro. Por isso, por essa Europa fora, os governos nacionais mais diligentes fazem de conta que sim, claro, evidentemente concordam com esses princípios liberalizadores todos - mas, pela calada, mantêm ligados todos os cordões que podem à decisão política. A diferença está na alegria com que este novo governo de Portugal cumpre o que se lhe pede, certamente convencido que essa história de direitos especiais do Estado é uma herança dos sovietes (ou dos anteriores governos, o que, para os novíssimos salvadores da Pátria, vem a dar no mesmo).
O ponto é que a alegria ideológica com que se tomam as medidas não poupará nada nas consequências.