O terremoto, seguido de maremoto, de Lisboa, em 1755, desencadeou uma crise tremenda no pensamento teológico e filosófico da época. A questão estava na dificuldade de compreender como pode acontecer o mal num mundo bem ordenado criado por Deus. Como pode Deus deixar que aconteçam coisas más? Como pode Deus, ainda por cima, deixar que sejam vítimas dessas coisas más aqueles que são bons, tais como as criancinhas e demais inocentes? Se Deus é benevolente, se Deus é todo-poderoso, como poder haver todo este mal no mundo?
Não foi fácil, nesse tempo, identificar onde estava o defeito do raciocínio. Ou pelo menos admitir onde tinha obrigatoriamente de levar a resposta: ou Deus não existia, ou não era todo-poderoso, ou não era benevolente. Resolver o problema passava por considerar outros factores que não o "culpado óbvio" com os poderes "óbvios" e a psicologia "óbvia".
É assim em muitos dos "escândalos" fabricados nesta campanha eleitoral. Perceber o que eles significam passa necessariamente por olhar para outros lados que não o "culpado óbvio". O terremoto de Lisboa não tinha nada a ver com Deus. Que "Ele" fosse o culpado óbvio era culpa de uma má compreensão do problema. Também assim nos casos ... (enumeração a cargo do leitor).
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Prisa nega interferência na suspensão do Jornal Nacional de Sexta da TVI.