18.9.09

agricultura: por que há-de interessar-nos?



É simples: para perceber o mundo.

6. É que há quem não goste que o Estado se proteja de abusos alheios. Quando o actual governo entrou em funções, os serviços do Ministério da Agricultura estavam impedidos de receber directamente dos agricultores as respectivas candidaturas aos apoios. Essas candidaturas tinham obrigatoriamente de ser canalizadas pelas grandes confederações agrícolas. E cada candidatura assim canalizada rendia directamente 17 euros a uma confederação. Dezassete euros por papel! Cara franquia! E entravam por ano cerca de 300.000 dessas candidaturas. É fazer as contas, como dizia o outro! Além disso, as confederações “delegavam” nas suas associações o trabalho prático de apoiar a elaboração das candidaturas, o que algumas faziam com grande sentido da responsabilidade – enquanto outras cobravam grossas percentagens sobre os montantes recebidos pelos destinatários das ajudas (em alguns casos da ordem dos 20%). Isto significava, por exemplo, que a Companhia das Lezírias, tutelada pelo Estado, não podia apresentar candidaturas nos serviços do Ministério da Agricultura, tendo de o fazer através da AJAP (Associação dos Jovens Agricultores de Portugal, juventude da CAP), para quem assim escorria uma fatia que de outro modo nunca entraria nos respectivos cofres. Este governo tornou voluntário o recurso às confederações para entregar as candidaturas (não o eliminou) e reduziu inicialmente o custo por candidatura de 17 para 4 euros. Subiu entretanto e já está nos 7 euros. Mas longe dos 17 euros em 2005. Percebe-se quem não gostou disto! E percebe-se como toda esta máquina se mobiliza para fazer campanha contra o Ministro da Agricultura…
Mas é preciso ir mais fundo para compreender tudo isto. Porquê esta guerra sem quartel ao Ministério da Agricultura? Vejamos outros elementos de explicação.


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