21.9.09

o engano de Cavaco


Na sua arrogância habitual, convencido de que bastava a sua pose de ingenuidade (a mesma do episódio do Pulo do Lobo, que o próprio mais tarde veio explicar como funcionava), Cavaco achou que calava a República apenas fazendo chiiiiuuu.
O PR julgou-se acima do juízo dos seus concidadãos. Pretendeu colocar todo o seu peso institucional, não a preservar as instituições, mas a defender um pântano que os seus amigos políticos queriam aprofundar. Teve a ilusão de ser o senhor do tempo.
Cavaco despediu Fernando Lima. Mas nem sempre basta encontrar um bode expiatório.
A pergunta essencial continua de pé: senhor Presidente, Excelência, acha que cuidou bem do regular funcionamento das instituições e da dignidade do Estado?

Por outro lado...

MFL tentou apanhar a boleia dos disparares que vinham de Belém. A asfixia democrática no Público era culpa do Governo. Agora que já nem o PR dá cobertura a esses disparates, o que tem a dizer a Dra. Manuela? Que tal um pedido de desculpas ao país pelo aproveitamento demagógico da mentira?

E ainda por outro lado...

Que o PR tenha despedido Fernando Lima, o emissário acusado de ser a mão-de-obra para a conspiração das escutas, que poderia ter servido para destruir Sócrates mesmo em cima da campanha eleitoral - mostra, além do mais, que o director do Público foi apanhado com a boca na botija do mau jornalismo. Do jornalismo manipulado. E isso junta-se ao facto de o director do Público já ter demonstrado não ter qualquer respeito pelos órgãos do Estado, quando acusou os serviços de informação de terem trabalhado para a notícia do DN. Quando, afinal, o DN estava apenas a revelar a pura verdade.
Cabe perguntar, agora: senhor Fernandes, que fazer?

Cavaco Silva afasta Fernando Lima do cargo.

Caso das escutas: Cavaco Silva afastou Fernando Lima.