Salvador Dalí, Rosa Meditativa
Pela primeira vez empenhei-me numa campanha política na blogosfera. Mais exactamente, numa campanha eleitoral. Agora, essa fase está de partida. Segunda-feira, dependendo do resultado das eleições, Portugal estará em melhores ou em piores condições para enfrentar os nossos desafios colectivos. Segunda-feira, seja qual for o resultado das eleições, a minha vida pessoal vai continuar aquilo que era antes. Não vou mudar de trabalho, não vou ser promovido nem despromovido, não vou ganhar um gabinete com melhor vista para o Tejo. E tenho orgulho em que assim seja. Honra-me ter estado ao lado de gente que faz o que a sua consciência lhe dita (refiro-me aqui especialmente à co-autoria do blogue SIMplex), sem que isso envolva qualquer tipo de retribuição pessoal. Nesta campanha isso fez cócegas a muita gente: àquela gente que, vivendo avençada, só compreende quem vive avençado. Que não é o nosso caso.
Campanhas eleitorais nem são propriamente o meu prato preferido. Então, por que me meti nesta? Por achar que tinha a responsabilidade de dar o meu pequeno contributo. Contributo para quê? Para contrariar a tentativa mais sistemática que alguma vez vimos desde o 25 de Abril para destruir um líder político por meios desleais e desonestos. Que teve como alvo José Sócrates. Para denunciar a coligação negativa, entre a “direita” e a “esquerda”, que se montou neste país contra o PS. Com MFL a falar como o Major Tomé e com Louçã a falar como o pároco de Arronches, parecendo sempre à beira de dar a Sócrates uma penitência de três padre-nossos e cinco ave-marias por pecados que só o pregador conhecia. Para tentar ajudar à compreensão do que se fez nesta legislatura e do que é necessário fazer na próxima, já que acho simplesmente triste que um programa de governo tão vazio de ideias como o do PSD possa ter a oportunidade de se esconder atrás do biombo de campanhas ridículas como a da asfixia democrática. Acho que dei esse contributo: foi pequeno, mas foi o que estava ao meu alcance. A isso chamo cidadania.
Só falta mais uma coisa. Mas isso será no Domingo, no segredo da urna. Porque todos os votos são necessários.