2.9.09

é preciso descaramento



O quotidiano i acolhe uma série de reacções à entrevista de Sócrates à RTP1 ontem à noite. Paula Teixeira da Cruz, uma das comentadoras, consegue em meia dúzia de linhas revelar (por sectarismo) a mais pura falta de discernimento.
Escreve: «Em primeiro lugar, não deixa de ser curioso que o primeiro-ministro tenha aquele tempo de antena no canal oficial do regime.» Queria o quê? Proibir Sócrates de ir à RTP? Ou isto é só para desviar as atenções da mal disfarçada cumplicidade de Judite com Manuela na anterior entrevista desta série?
Escreve também: «É particularmente negativo que o primeiro-ministro tenha afirmado que tem juízes amigos. Um primeiro-ministro não pode ter juízes amigos ou inimigos. A magistratura é independente.» Pura deturpação: ter amigos que são juízes (aquilo de que falou Sócrates) é inconfundível com a situação de ter juízes que fazem favores e que não fazem jus à sua condição. A deturpação é gratuitamente ofensiva. Cola bem com o estilo actual de certa maneira de fazer política à portuguesa: jogar baixo.