Daniel Bessa, no suplemento Economia do Expresso, no sábado passado:
«Sou dos que defendem que, neste século, a economia portuguesa cresceu bem. Cresceu pouco, desesperadamente pouco, mas bem: orientada para o mercado externo, com crescente intensidade tecnológica, suportada por trabalho qualificado, conhecimento e inovação.
As empresas de que nos chegam as boas notícias são na sua maior parte deste tipo. A balança tecnológica (...) tornou-se positiva. Algumas empresas a que ainda chamamos industriais, das mais bem sucedidas, são hoje empresas de engenharia e de desenvolvimento de novos produtos.
Há, é claro, um lastro de empresas mais tradicionais, algumas delas grandes, em grande dificuldade, e que reclamam protecção. Cada uma destas empresas que cais pode valer, momentaneamente, muito mais do que várias das acima referidas. Por isso estamos em tanta dificuldade, e crescemos tão pouco. (...)»
Este texto de Daniel Bessa ilustra de outro modo, o que está errado com que chamei o argumento do geocentrismo na actual política portuguesa. É preciso compreender mais do que aquilo que está mesmo à frente dos nossos olhos.