19.8.09

ainda o espírito Pulo do Lobo




«PGR diz que não recebeu queixas da Presidência sobre alegadas vigilâncias», titula o Diário Económico de hoje.

Bruno Proença, Director-adjunto do mesmo DE, escreve em coluna de opinião:
«A situação [económica]é suficientemente séria para exigir bom senso, cuidados redobrados e sentido de Estado aos principais actores políticos. Por isso, a notícia sobre as suspeitas de que os assessores do Presidente da República estão a ser vigiados é difícil de compreender. É uma notícia que não tem meio-termo. Se é verdade, é um caso gravíssimo. Está-se perante um problema de Estado que tem de ser comunicado às autoridades judiciais. E a Procuradoria-Geral da República informa que não recebeu qualquer denúncia de Belém. Se é mentira deve ser prontamente desmentido. Por isto, o silêncio da Presidência da República é ensurdecedor.»

E temos agora mais qualquer coisa, no Público: «Procurador afasta hipótese de investigar suspeitas de escutas a assessores da Presidência». Explicação: «Em declarações ao PÚBLICO, Pinto Monteiro disse entender que “neste momento, não há lugar a qualquer tipo de averiguação, visto que não existe nenhum facto concreto”.»

Cavaco não tem emenda. Continua a imitar-se a si mesmo num momento específico: quando veio, com hipocrisia ao quadrado, explicar a hipocrisia com que falara quando disse que não sabia de nada do assunto X por que tinha estado no Pulo do Lobo.

Cavaco tem assessores a falar mal, em público, de políticas sectoriais de que foram ministros. Tem assessores a ir para os tribunais contra ministros deste governo. Não pareceu muito espantado quando o Semanário publicou, já a 7 de Agosto, que o programa eleitoral do PSD estava a ser feito com assessores de Belém. E o PSD também parece ter gostado da notícia, já que o repetiu em site da sua responsabilidade. Mesmo assim Cavaco quer que o vejamos com isenção e quer que acreditemos na sua novela de espionagem.
Teremos de perguntar como André Macedo, hoje no jornal i: «Cavaco quer ser árbitro ou jogador, presidente ou primeiro-ministro?».