Facto inédito neste blogue: copio integralmente do Público.
O líder da principal entidade de regulação financeira do Reino Unido - a Financial Services Authority - defendeu hoje a imposição de uma taxa sobre as transacções financeiras internacionais como forma de controlar o excesso de peso do sector na economia mundial.
A proposta é feita numa entrevista à revista Prospect, citada hoje pelo "Financial Times", e consitui um apoio surpreendente a uma medida lançada nos meios académicos e que, ao nível dos Governos, apenas tem estado na agenda da França, um país com um peso reduzido do sector financeiro.
Agora, Adair Turner, o homem encarregado de vigiar o funcionamento da city londrina, diz que uma taxa Tobin - que tributaria todas as transacções de carácter financeiro a nível global - pode ser a única solução para limitar os excessos a que se assistiu antes da crise. "Se se quer travar o excesso de remunerações num sector financeiro inchado, tem de se reduzir a dimensão desse sector ou aplicar impostos especiais sobre os lucros antes da remuneração", afirma na entrevista. Este responsável considera ainda que, neste âmbito, as discussões sobre a limitação de bónus aos gestores não passam de uma "diversão popular", mostrando-se preocupado com a possibilidade de, depois da crise, voltar tudo a funcionar como dantes.
No Reino Unido, um país cuja economia está fortemente dependente do sucesso dos seus mercados financeiros, as propostas de maior intervenção no sector financeiro internacional têm, ao longo dos anos, sido recebidas com muito pouco entusiasmo. No entanto, para defender a sua opinião, Adair Turner relativiza a importância de manter a competitividade dos mercados, uma vez que, diz, a city de Londres tem-se tornado um factor de destabilização da economia britânica.
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