Virgem Margarida é um filme sobre a reeducação das prostitutas na revolução moçambicana. (Coloquem aspas ondem bem entenderem.) É um documento (não um documentário) impressionante. De uma grande sensibilidade. De um realismo quase mágico. Um objecto que faz pensar. Um tanto ingénuo, sim, mas isso só o salva, neste caso. Recebeu já variados prémios por esse mundo, mas, no circuito comercial deste país à beira-mar plantado, parece só estar disponível em Lisboa, numa única sala, uma única sessão por dia. E o único crítico que o classificou para o Público deu-lhe uma única estrela. O comentário que isso me suscita? Precisamos criar um sistema de classificação de críticos. Exterminá-los, não; apenas classificá-los.
Vão ver. Claro que é preciso ter atenção aos pormenores, para não perder muitos fios à meada. Mas é uma larga janela sobre muito mundo.