6.11.13

recomendo.


Luís Quintais, Depois da Música (Tinta da China)


*

SOBRE ÁRVORES

Rui


Li toda a poesia, e esqueci.

Uma parte habita o tecido da biografia,
e sobre isso nada posso dizer
que não seja destituído
de som e perigo.

Outra parte, guardei-a,
crença imprudente,
antepassado sem nome,
fantasma comovido
movendo-se, iluminando
todos os lugares
de metal frio como o sangue.

É fim de tarde, caminho em direcção a casa,
o vento destrói certezas
sobre árvores físicas bem reais.