Segundo o SOL, «O PCP anunciou hoje a apresentação de uma apreciação parlamentar do novo estatuto do Ensino Particular e Cooperativo para impedir a sua aplicação no atual ano letivo, recusando que o dinheiro público "alimente negócios privados".» (aqui)
Curioso.
Em Dezembro de 2010, o CDS-PP apresentou um projecto de lei para garantir que os contratos de associação entre o Estado e as escolas particulares e cooperativas tivessem a duração de um ciclo de escolaridade (aqui). Trocado por miúdos: para impedir que o governo do PS fizesse uma revisão do financiamento às escolas privadas, acabando com a renovação automática dos contratos todos os anos, depois de relatórios terem mostrado que havia situações inadmissíveis em prejuízo da escola pública. A renovação teria de passar pela análise da especificidade das situações. O PS votou contra a proposta do CDS, isolado, sendo o projecto de lei viabilizado (votação na generalidade) pelos votos a favor do CDS-PP e do PSD somados à abstenção do PCP, do BE e dos Verdes. (Oposição impõe aprovação de diploma do CDS para duração contratos de associação com ensino particular e cooperativo). Mais tarde, o BE mudou de posição (passando a opositor da proposta do CDS) e o processso não teve exactamente o desfecho pretendido pelo CDS.
Mas, entretanto, o PCP já tinha mostrado a solidez da sua ideia de defesa da rede pública de ensino, numa guerra que envolveu o candidato presidencial Cavaco Silva a prometer conter os ímpetos do governo socialista, aparentemente com as mesmas preocupações dos comunistas. Nessa altura, como hoje, a direita vai direita ao assunto: Crato continua seguro de que é melhor cortar no público do que no privado, fazendo o papel da raposa dentro do galinheiro. Pelos lados de uma certa esquerda, depende...