Ataque mais recente dos Anonymous divide grupo de hackers.
Dentro da lógica de "milícias populares" a fazerem "justiça por suas próprias mãos" - mais intelectuais que as milícias do Norte que atacavam "ciganos" sob o aplauso do Dr. Portas, mas igualmente longe de qualquer controlo democrático - mais tarde ou mais cedo isto havia de acontecer. Hackers acusam outros hackers de serem puros criminosos escondidos sob a máscara de puras intenções políticas.Kilgoar, um dos Anonymous, terá afirmado sobre esta acção: “[Estas] não são acções de anarquistas justos, mas de criminosos oportunistas”. Está em causa quem se ataca (em geral, os hackers acham que lhes cabe definir as fronteiras do bem e do mal), está em causa o uso que se faz da informação roubada (é normal usarem os dados bancários para fazer "doações" forçadas de terceiros?), está em causa a legitimidade da "justiça popular".
Nada disto é surpreendente. A lógica das milícias populares leva sempre ao abuso. O abuso pode parecer mais romântico por ser praticado em nome da democracia, da anarquia, ou da transparência - mas não deixa de ser abuso por isso. Quem se engana acerca disso não aprendeu nada, para não ir mais longe, com as desgraças que o século XX sofreu às mãos de ideias românticas.