Quando a CGD comprou acções da Cimpor a Manuel Fino, para evitar que elas fossem parar a mãos estrangeiras por tuta e meia, levantou-se um coro dos especialistas do costume dizendo que era um disparate em termos de mercado. Francisco Louçã, por exemplo, disse que era oferecer 62 milhões de euros a um empresário. A então presidente do PSD e o inefável Jerónimo mergulharam, de uma maneira ou outra, na mesma água. Passado pouco tempo, o valor de cotação dessas acções mostrava que tal alarido era pura verborreia. Isto foi em 2009. Não segui o curso das acções, mas não importa: no mercado pode perder-se ou ganhar-se e a exploração política de curto prazo é, nessa matéria, tentar comer-nos as papas na cabeça.
Mas há quem nunca desista de fazer futurologia.
Futurologia míope, ainda por cima, por não perceber que está muito mais em causa do que um "negócio".