Inês de Medeiros prescinde de pagamentos de viagens. (Público)
Devem estar satisfeitos aqueles que querem que o pessoal político seja recrutado sempre nos mesmos círculos: filho de deputado dá deputado, funcionário dá deputado, autarca dá deputado, ... Nada disso me escandaliza, sou a favor de políticos que saibam como se faz o que é preciso fazer. Entendo, não obstante, que há vantagem em diversificar, em que chegue à política gente com outras vidas, outras experiências, gente menos "profissionalizada" mas que ajude a arejar. Mas, claro, clamar por "renovação" e queimar no escândalo de uns bilhetes de avião uma pessoa que, precisamente, vem de fora dessas guerras - é que está a dar.
Está a dar por ser pura hipocrisia. Este país está entregue à chusma dos que gritam por tudo e contra tudo: simplesmente gritam. E, claro, para os pobres qualquer bilhete de avião é um luxo das arábias. Para os pobres-pobres e para os pobres de espírito. Os populistas deste país numa coisa são iguais aos populistas de qualquer país: são poços de hipocrisia. E, pelos vistos, a hipocrisia é que, verdadeiramente, não é de esquerda nem de direita: serve todos os quadrantes.