O vice-presidente da bancada do PSD, Luís Menezes, acusou a empresa Estradas de Portugal de ser "um braço político armado do anterior governo socialista". Declarou ainda que o PS está a fazer uma “chafurdice política” com esta questão.
A história da chafurdice política nem merece comentário: ter que defender um governo que não cuida do dinheiro dos contribuintes e um PM que não sabe de nada acerca de uns míseros milhões de euros, obviamente estoura com os miolos de qualquer deputado para quem a politiquice vale tudo, levando-o ao insulto como arma primária.
Mais sério do que isso é o facto de um dirigente parlamentar do principal partido do governo criticar uma empresa pública por esclarecer um assunto de interesse público. Dizer a verdade, talvez por contraponto com PPC a dizer disparates e falsidades no parlamento, é, para aquele vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, ser o braço armado de alguém. Já a Lusoponte, que tem lá há meses uns milhões de euros onde nunca devia ter posto a mão, não é o braço armado de nenhum inimigo do po(l)vo, já que Joaquim Ferreira do Amaral, ex-regedor na freguesia de Cavaco Silva, toma conta da ocorrência e é um amigo de peso.
Realmente, o PSD está profundamente dividido. Entre duas alas. De um lado, a ala que adora estes escândalos com empresas públicas e dinheiros públicos, como argumento para desmantelar tudo o que seja público. De outro lado, a ala dos que querem sacar o mais possível a essas empresas e erário público, antes que seja tarde. Essa parece ser a grande divisão no actual PSD, não aquela que passa pelo alecrim e manjerona entre dois independentes, um nas finanças e outro na economia.