30.3.12

o PS, o resto do mundo e arredores.


Em certos círculos apoiantes da actual direcção do PS vai um escândalo com o facto da deputada independente Isabel Moreira ter votado contra o Código do Trabalho. Parece que já ninguém se lembra que durante uma série de anos (não há muito tempo) houve um pequeno grupo de deputadas eleitas nas listas do PS que (escoradas na sua democracia-cristã) votavam sistematicamente contra a linha do partido em certas matérias ditas fracturantes. É claro que Isabel Moreira não ajudou muito quando, também por estes dias, decidiu opinar sobre as escolhas de Seguro para certos lugares partidários, sendo ela independente. Além do mais, deu a impressão de se juntar à confusão entre o que realmente interessa ao país e certas guerras partidárias que ao cidadão comum parecem guerras privadas. Mas também não se compreende por que diabo este escândalo com o voto divergente de uma deputada independente acontece precisamente com AJS, que sublinhou à chegada que pretendia aumentar a liberdade individual dos deputados. Já para não falar da campanha miserável que algumas pessoas estão a fazer no Facebook contra Isabel Moreira, usando fotos informais das suas férias e dos seus convívios para a ridicularizar (no mínimo).

Afinal, o PS parece cair que nem um patinho na manobra do PSD, que tanto falou de Sócrates como o diabo universal que conseguiu atrair uma parte dos socialistas para essa conversa da treta (sendo que os excessivos defensores do seu legado por dá cá aquela palha não fazem melhor pelo personagem do que os seus detractores). Entretanto, como se não bastasse, surgem no horizonte sinais de que o PS vai engalfinhar-se numa luta estatutária que será vista como uma tentativa de golpe de Estado interno para perpetuar Seguro o mais possível. Não precisava o PS de mais nada... O país que espere, parecem dizer-nos.