21.9.11

a entrevista.


A entrevista televisiva de Passos Coelho, ontem à noite, não foi má. As perguntas que estavam preparadas de antemão faziam sentido. Podiam ter sido feitas outras perguntas de réplica (por exemplo: para "isto" valia a pena ter chumbado o PEC IV?), mas não podemos pedir exageros. As respostas dividem-se em dois capítulos. Primeiro capítulo, o Jardim da Madeira. Aqui, PPC deixou tudo em aberto: escudado na diferença entre o PSD e o Estado, ainda vai pensar melhor como continuar a apoiar Jardim sem que se dê muito por isso. Segundo capítulo, a crise. Aqui, PPC foi muito claro: vamos continuar a navegar à vista e seja o que Deus quiser. Não é tão tolo como possa parecer: ninguém sabe exactamente o que se deveria fazer e o contexto internacional pesa enormemente. E, pelo menos, PPC deixou de fazer de conta que "os outros" não descobrem o milagre por incompetência ou maldade. Que era, aliás, o retrato que ele fazia dos "outros" antes de chegar à realidade. A gravata, a pose, o tom de voz - estavam bem. Quanto aos sapatos, não reparei.