O governo PSD/CDS partiu para esta legislatura com uma vantagem política inestimável: o Memorando de Entendimento agarrava o PS a um acordo com os financiadores internacionais, o qual, por pior que fosse (e bom não é), não podia ser levianamente desrespeitado por Portugal, sob pena de o descrédito nos custar caro. Querendo ser credível como alternativa de governo, o PS não poderia simplesmente fazer de conta que ignorava esse factor: a sua parte de responsabilidade no passado recente. O governo, alardeando (pela voz do PSD) querer ser mais troikista que a troika, sem pensar no sangue que isso custa, ajuda o PS a desembaraçar-se desse laço. Ainda estou para ver o que é que o governo - e o país - ganham com isso.
O governo PSD/CDS partiu para esta legislatura com uma vantagem política inestimável: o Memorando de Entendimento agarrava o PS a um acordo com os financiadores internacionais, o qual, por pior que fosse (e bom não é), não podia ser levianamente desrespeitado por Portugal, sob pena de o descrédito nos custar caro. Querendo ser credível como alternativa de governo, o PS não poderia simplesmente fazer de conta que ignorava esse factor: a sua parte de responsabilidade no passado recente. O governo, alardeando (pela voz do PSD) querer ser mais troikista que a troika, sem pensar no sangue que isso custa, ajuda o PS a desembaraçar-se desse laço. Ainda estou para ver o que é que o governo - e o país - ganham com isso.