Neo Rauch, pintor alemão de Leipzig (n. 1960), vem das profundezas do "socialismo real" (abreviando, comunismo do leste europeu) para as dificuldades da democracia que há. Pinta figurativamente, pende para um certo surrealismo, olha para o mundo e vê animais nas pessoas (e, talvez, pessoas nos animais). Já pintou quadros relativamente pequenos, nos últimos anos tem pintado uma espécie de grandes murais, com cores preocupantes, misturando mitologias várias com coisas pequenas que pesam muito todos os dias. Um tipo hirto, pinta figuras que parecem evitar qualquer tipo de interacção com as outras figuras que habitam os mesmos quadros. É um artista da devastação, dos que viveram a devastação, dos que sobreviveram à devastação, dos que não excluem a devastação como horizonte.
No BOZAR, Bruxelas, acabado de abrir, até 19 de Maio próximo.
Neo Rauch, Zähmung (Domando), 2011
Neo Rauch, Die Kontrolle (O Controlo), 2010
Neo Rauch, Versprengte Einheit (Unidade Dispersa), 2010
Neo Rauch, Revo, 2010
Neo Rauch, Der Vorhang (A Cortina), 2005
Neo Rauch, Der Rückzug (A Retirada), 2006
Neo Rauch, Konspiration (Conspiração), 2004
Neo Rauch, Regel (Regra), 2000