6.6.10

de regresso a Lisboa


(Ilustração retirada de Laid, pauvre et malade, de Chomet & De Crecy)


Regressado a Lisboa, com prazer, exercito prazeres de sempre: cinema ("Vencer", uma seca que não se safa por causa da história), teatro ("Olá e Adeusinho, de Athol Fugard, primeira encenação de Beatriz Batarda, no Teatro da Cornucópia; e "Hot Pepper, Air Conditioner, and The Farewell Speech", do japonês Toshiki Okada, no âmbito do Alkantara Festival, no TNDMII); comer com a família; andar a pé pela cidade; passar ao lado sem parar pelo piquenique de despedida da selecção de futebol de partida para o mundial da África do Sul; comprar livros de poesia de autores portugueses recentemente editados. Coisas simples. E, também, deveres higiénicos: tomar conhecimento, por vias travessas, de que na blogosfera continua a haver répteis que escrevem, mas respeitando a decisão de não os visitar nem os ler; censurar sem pensar duas vezes os comentários de moluscos que vêm cá fazer publicidade às suas diatribes e dizer que, enquanto eu chupo o dinheiro do povo, eles se levantam às sete da manhã (deve ser gente jovem, porque, caso contrário, saberiam que, na minha idade, já se dorme pouco e sete da manhã nem sequer é muito cedo); acabar de ler o livro do Carlos Brito e perceber como são pequenos os répteis e os moluscos de agora, se comparados com a coragem dos adversários dos tempos difíceis. Enfim, regressar ao de sempre.