14.12.08

estou azedo neste domingo (se calhar porque dormi pouco)


Grandes fortunas devem ser taxadas para apoio aos pobres, defende Manuela Silva, Presidente da Comissão Nacional de Justiça e Paz, organismo católico.


Concordo. E não me venham dizer que é radicalismo político (ainda para mais, vindo de Manuela Silva). É que há capitalismos e capitalismos. E os últimos vinte anos têm transformado efectivamente o capitalismo numa máquina produtora de mais desigualdade: os mais ricos a ficarem mais ricos, os mais pobres a ficarem mais pobres, o fosso relativo a aumentar. E achar isso imoral não tem em si nada de revolucionário. Ser capaz do juízo moral de que a desigualdade extrema e sem propósito é intolerável, ser capaz de pensar nesses termos, é um sinal de civilização. Ser capaz de agir em conformidade é política. E nem todos os políticos que falam nisso mostram estar em primeira mão preocupados com isso. Claro, há sempre quem pense que só o mecanismo económico interessa. Para esses o juízo moral é de palha. A esses deviam dar só palha. Que ainda seria mais do que muitos podem comer.