18.4.12

os tratados europeus que Portugal se apressou a ratificar.


Viriato Soromenho Marques escrevia ontem no DN (Sentir o Perigo), referindo-se a estes tratadinhos últimos de-fazer-de-conta-que-se-trata-das-finanças-matando-o-doente-com-a-cura-e-mais-umas-algaraviadas-institucionais, que
O sentido da ratificação destes tratados por Portugal não pertence à política, mas à etologia, à ciência do comportamento animal. A UE, agora que o Tratado de Lisboa está enterrado, pode ser comparada a um bando de gorilas, trocando entre si gestos de domínio e submissão.

Tem piada - e sou dos que respeitam e admiram VSM pela frontalidade e empenho com que se posiciona no debate público. Contudo, VSM, mais a generalidade dos outros críticos destes tratadinhos-tontos, incluindo os que explicitam que queriam a sua não ratificação por Portugal, esquecem-se de esclarecer uma coisa. Uma pequena coisa. A saber: as disposições ratificadas precisam que os países que não ratificarem não têm acesso aos meios de ajuda (ou, se quiserem, com aspas, "ajuda"). Portanto, a malta não ratifica e vai à vida à procura de quem nos empreste dinheiro. Ou o imprima para nós. Isto não vos sugere problema nenhum? Ser contra a ratificação destes tratadinhos merkelianos está muito bem, eu até simpatizo - mas quem se sente de mente tão lúcida para defender essa posição não deveria sentir-se obrigado a esclarecer o que acha que Portugal deveria fazer se se pusesse nessa situação?
Julgo que o debate público exige não escamotear as consequências das nossas posições.

(Agradeço ao Francisco ter-me levado até ao texto de VSM.)