28.4.12

finalmente o PSD confessa.


Jorge Moreira da Silva, número dois do PSD, uma espécie de primeiro vice-presidente do partido, o homem que toma conta das hostes em nome de PPC, explica a razão pela qual o seu partido foi o grande responsável pela vinda da troika para Portugal, chumbando um PEC que dizia desnecessário, derrubando o governo, abrindo uma crise política no turbilhão de uma crise financeira e económica.
Moreira da Silva está preocupado com as posições do PS (parece que o PS não concorda completamente com a magnífica governação de Relvas, Passos e Gaspar), por causa da mensagem que assim é transmitida para o exterior, onde é valorizada a capacidade de entendimento e o amplo consenso que foi alcançado em Portugal. E, por isso, Moreira da Silva, adverte o Partido Socialista: «que este “tenha noção” de que tudo o que é dito em Portugal será analisado pelas organizações internacionais e pelos mercados, entre os quais subsiste “um escrutínio muito apertado”».
Pois. Foi mesmo isso - tramar o país no cenário internacional - que fez o PSD quando isso lhe deu jeito. Em nome de quê? Em nome da promessa de que não eram necessários sacrifícios nenhuns, que os sacrifícios eram devidos à maldade do governo do PS, que um governo do PSD pouparia o país à mais leve austeridade. E, com essas redondas mentiras - tem feito tudo o contrário do que disse então - empurrou o país para as bondosas mãos do FMI, do BCE e da CE, com as consequências que estão à vista.
Deste modo, as declarações de Moreira da Silva só poderiam ser um gesto, humilde, para reconhecer a maldade que o PSD fez ao país atraindo sobre nós o olhar castigador dos tais mercados. Reconhecemos que não são isso, mas antes, apenas, mais um acto de "faz o que eu digo, não faças o que eu faço", quando traz de volta à grande política nacional uma conversa de quem busca grandes consensos com o PS, declarando o “PSD não pode andar com o PS ao colo” e “muito menos fazer o papel de babysitter”. Vê-se mesmo que são palavras de quem procura entendimentos com o PS... É preciso ter uma grande lata.