Face ao que se tem estado a passar com a Es.Col.A no Porto - o que se passou ontem, mas não só - entendo que é importante estarmos atentos.
Não sou entusiasta de ocupações do tipo ocupar por ocupar, tal como não penso que o estado de pura indignação resolva grande coisa. Mas julgo que os espaços de liberdade e activismo que, embora relativamente desorganizados, contribuam com alguma coisa para satisfazer necessidades reais das pessoas, não devem ser sufocados, muito menos reprimidos, muito menos à bordoada.
Como digo, devemos estar informados, evitando os extremismos de qualquer orientação. Não sou incendiário, nem gosto de incendiários, mas não gosto que o poder só suporte aquilo que lhe convém. Nem gosto de um poder abusador, manipulador ou trapaceiro, que tenta enganar as pessoas com informação tendenciosa servida fria a profissionais da comunicação que (alguns) ouvem e calam sem mais investigação.
No caso da Es.Col.A , a Câmara do Porto tentou atirar areia para os nossos olhos, com meias verdades e "informação" parcial para nos fazer crer na sua bondade (exemplo). Grave é que tenha mentido com meias verdades. Ouço o outro lado (por exemplo, aqui) e fico convencido de que Rui Rio (e/ou a máquina municipal) atira a pedra e esconde a mão. Em assuntos sérios, numa situação como a actual, em que todos temos obrigação de contribuir para uma mobilização social construtiva, parece que Rui Rio continua a ver tudo à luz de uma visão de negócio municipal onde os que mais precisam são os que menos contam.
O que se passou ontem no Porto com a Es.Col.A mostra que as autoridades, as polícias, os funcionários das instituições, os políticos ao estilo formal, podem ser destrutivos: podem deitar literalmente para o lixo coisas bem feitas e úteis, empobrecendo ainda mais - e à bruta - os que já são materialmente pobres. E isso em nome de uma legitimidade formal que não cura da legitimação permanente, da qual qualquer poder precisa (mesmo que não seja um poder democrático: nenhum poder subsiste eternamente sem um fluxo de legitimação reconhecida). Aquilo que a Es.Col.A tinha feito, concretamente com as populações, mostra que a mobilização popular pode ter sentido, ser construtiva - e fazer falta.
Não estamos em tempos de desistir de pensar, de meter tudo nos velhos odres. Estamos em tempos de atender ao concreto e às suas constantes mutações.
Não sou entusiasta de ocupações do tipo ocupar por ocupar, tal como não penso que o estado de pura indignação resolva grande coisa. Mas julgo que os espaços de liberdade e activismo que, embora relativamente desorganizados, contribuam com alguma coisa para satisfazer necessidades reais das pessoas, não devem ser sufocados, muito menos reprimidos, muito menos à bordoada.
Como digo, devemos estar informados, evitando os extremismos de qualquer orientação. Não sou incendiário, nem gosto de incendiários, mas não gosto que o poder só suporte aquilo que lhe convém. Nem gosto de um poder abusador, manipulador ou trapaceiro, que tenta enganar as pessoas com informação tendenciosa servida fria a profissionais da comunicação que (alguns) ouvem e calam sem mais investigação.
No caso da Es.Col.A , a Câmara do Porto tentou atirar areia para os nossos olhos, com meias verdades e "informação" parcial para nos fazer crer na sua bondade (exemplo). Grave é que tenha mentido com meias verdades. Ouço o outro lado (por exemplo, aqui) e fico convencido de que Rui Rio (e/ou a máquina municipal) atira a pedra e esconde a mão. Em assuntos sérios, numa situação como a actual, em que todos temos obrigação de contribuir para uma mobilização social construtiva, parece que Rui Rio continua a ver tudo à luz de uma visão de negócio municipal onde os que mais precisam são os que menos contam.
O que se passou ontem no Porto com a Es.Col.A mostra que as autoridades, as polícias, os funcionários das instituições, os políticos ao estilo formal, podem ser destrutivos: podem deitar literalmente para o lixo coisas bem feitas e úteis, empobrecendo ainda mais - e à bruta - os que já são materialmente pobres. E isso em nome de uma legitimidade formal que não cura da legitimação permanente, da qual qualquer poder precisa (mesmo que não seja um poder democrático: nenhum poder subsiste eternamente sem um fluxo de legitimação reconhecida). Aquilo que a Es.Col.A tinha feito, concretamente com as populações, mostra que a mobilização popular pode ter sentido, ser construtiva - e fazer falta.
Não estamos em tempos de desistir de pensar, de meter tudo nos velhos odres. Estamos em tempos de atender ao concreto e às suas constantes mutações.