Desentendimento na troika sobre o montante da ajuda a Portugal “está a atrasar o acordo”.
Os partidos que aceitam em princípio a "ajuda externa" (PS, PSD, CDS) querem ser "responsáveis" pelo que ela tenha de bom (vem dinheiro), mas querem empurrar para os outros a responsabilidade pelos sacrifícios atrelados.
Os partidos portugueses que não aceitam a dita "invasão" (PCP, BE, Melancias-verdes-por-fora-vermelhos-por-dentro) não querem ter responsabilidade nenhuma no caso, embora nunca tenham chegado a explicar como viveríamos só com o dinheiro que temos em caixa e com o que produzimos.
Para tornar o filme mais interessante, a UE e o FMI lutam pela simpatia dos povos: cada parte quer ficar com os louros das partes boas do acordo que venha a fazer-se e quer atirar para os outros o ónus do que seja mais duro de roer. É assim que chegam aos órgãos de comunicação social "notícias" sobre montantes, taxas de juro, exigências associadas.
A parte complicada é que o que parece simpático aos portugueses é o que será mais difícil de vender a outros eleitorados, como o alemão ou o finlandês. "Felizmente", há alguns portugueses que fazem o que podem para complicar "lá fora" a nossa situação negocial.