11.12.07

Natal

Passo a citar, porque no Natal (às vezes) até os economistas (alguns) se confessam.
«Os economistas, como gostam de assumir que cada indivíduo é racional e egoísta, dificilmente encontram utilidade nas prendas. Por outro lado, mesmo assumindo algum altruísmo, a racionalidade sugere que as prendas sejam dadas em dinheiro. Como muitas vezes acontece, a realidade desmente os economistas: 90% das prendas são em géneros. Claro que os economistas encontram justificações para todos os gostos. Alguns argumentam que oferecemos prendas para receber favores em troca. Vêem as prendas como um investimento no futuro. (...) Há também os que têm uma visão paternalista e que argumentam que damos as prendas que consideramos melhores e não necessariamente aquelas que serão as mais apreciadas. Será o caso de uma mãe que oferece um livro clássico ao filho em vez do último jogo da “Play Station”.
Enfim, não deixe que nós, os economistas, lhe estraguemos o Natal. Nunca fomos grande coisa a lidar com emoções. Além disso, há altruísmos que dificilmente são explicados racionalmente.»

Assim escreveu Luís Aguiar-Conraria, "O Natal visto pela lupa dos economistas", in suplemento Economia do Público de 7-12-2007


Berlim, Dezembro de 2006, montra de Natal na Friedrichstrasse.

(Foto de Porfírio Silva).