A urgência nacional era ultrapassar a profunda divisão dos portugueses provocada pelo radicalismo "além da troika" alardeado por Passos Coelho. Traduzir esse desiderato na prática passava por demonstrar que a "austeridade", como empobrecimento programado da imensa maioria dos portugueses, não resolvia problema nenhum, nem das finanças, nem da economia, nem da sociedade.
Esse Governo, liderado por António Costa, deu ao país uma nova respiração, tendo sido um dos governos mais bem acolhidos pelo povo nas décadas mais recentes.
Nunca me aborreceu muito que lhe chamassem "Geringonça", porque esse epíteto apenas denotava a incapacidade da direita para dar uma resposta capaz aos anseios das pessoas comuns. Mas sempre preferi a designação "Esquerda Plural", mais fiel ao essencial e mais transparente quanto às possibilidades... e, também, quanto às dificuldades.
Vale a pena lembrar que o Primeiro-Ministro desse Governo foi sempre, de eleição para eleição, aumentando a votação recolhida em eleições livres. António Costa não foi derrubado pelo voto popular, nem sequer pelo voto dos deputados, mas apenas por um golpe judicial com a cumplicidade de Marcelo Rebelo de Sousa.
Porfírio Silva, 26 de Novembro de 2025

