26.9.14

"Manifesto por um país".


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Sempre defendi que os partidos são necessários à democracia. E sempre defendi que os partidos não chegam para ter uma boa democracia. Há muito mundo para lá dos partidos. E entre os partidos. E naqueles que não ficam cegos por causa das fronteiras partidárias - que também os há dentro dos partidos, esses não-cegos.

Precisamos estar atentos a quem, no nosso partido ou em outros partidos, fora dos partidos ou em proto-partidos, não desiste de se bater por nós: por nós todos, mas especialmente por quem tem menos voz para defender os seus direitos. Estar atentos a quem não desiste de lutar por uma Sociedade Decente e por uma comunidade de cidadãos.

Por isso chamo a vossa atenção para este "Manifesto por um país". Tão importante pelo que diz como pela lista de cidadãos subscritores. Sim, porque também conta quem diz as coisas: porque a verticalidade, a coerência, a coragem cívica, a honestidade intelectual e pratica de quem se junta por nós todos - também conta.

Destaco, assim de repente, os seguintes excertos:

Depois destes três anos angustiantes para a maioria dos portugueses, há que recuperar o país. Há que descartar as dissensões de Esquerda desnecessárias, de modo a ser viabilizada uma convergência quanto ao rumo de Portugal e ao seu lugar na União Europeia. Há que combater todo o conformismo e subserviência para, em vez disso, serem desenhadas alternativas concretizáveis que respondam aos múltiplos problemas do país, que são alarmantes.

Em Portugal, esta ruptura só poderá ser iniciada com um pólo do vontades que mostre uma alternativa concreta, um leque de governantes capazes de cumprir um compromisso para refundar a política em termos do bem comum, com uma governação plural na sua composição, partidária e também independente, com pessoas livres de interesses pessoais e de grupo, mas convergindo nesse compromisso.

Algo novo requer uma política nova. É exactamente isto que exigimos: uma refundação da política para responder aos problemas do país. Sem perdas de tempo, sem divisões, sem demagogia. Queremos soluções e contribuiremos activamente para o seu debate.

Tantos têm, tantas vezes, a tentação de olhar para estes textos e começar logo à procura de coisas com que não concordam. Não tenho essa atitude. Estou, e acho que precisamos de estar, noutra posição: vamos conversar com todos aqueles que, sentimos e sabemos, estão na mesma pulsão cívica que nós. É com base nas diferenças que podemos construir algo melhor.

Ler na íntegra: "Manifesto por um país"