18.7.14

F.C.T. passa a chamar-se A.C.T. (Agora a física.)



O Ministro Crato e a sua máquina de lagartas continua a missão de destruir a ciência em Portugal.

Passo a citar:

O LIBPHys, coordenado por Joaquim Santos, um dos físicos portugueses com mais publicações (tem trabalhado em Física Experimental com um Nobel alemão, tendo os seus trabalhos sobre o raio do protão chegado recentemente à capa da Nature) é o resultado da fusão do Centro de Física Atómica de Lisboa (Universidade de Lisboa e Universidade Nova de Lisboa) e do Centro de Instrumentação da Universidade de Coimbra. Dois centros pequenos e bem classificados juntaram-se para formar um maior, de acordo com as recomendações da FCT. A ele juntaram-se quase todos os restantes membros doutorados do Departamento de Física da UNL e os seis membros principais da UICOB - Unidade de Investigação em Ciências Orais e Biomédicas (da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa).

Terão tido, portanto, uma excelente avaliação, certo?
Certo.
Volto a citar:

O primeiro painel da ESF - European Science Foundation deu as notas de 18, 16 e 20 (no total de 20 valores). A média é de 18 valores. Dos três especialistas anónimos, um deles deu o máximo possível, um caso muito raro.

História feliz, portanto. Justiça.
Não !

Pois não serviu para nada. O painel, onde a Física estava subrepresentada (estava não só pouco como mal representada) anulou aquelas notas e impediu aquele centro excelente ou talvez mesmo excepcional de passar à segunda fase. Deu-lhe "Bom", o que significa Péssimo na escala da FCT, com uma esmola de 20.000 euros (que não dá nem para apurar o raio do protão, no consórcio internacional, nem para participar nos outros projectos internacionais em que os investigadores estão envolvidos). O painel ignorou quase completamente o valor e sucesso do centro e menosprezou a sua evidente visibilidade internacional. Há erros grosseiros no que respeita à contagem do número de publicações: deve ter sido feita à pressa, pois o erro é de um factor de dois (2).

A história está contada no De Rerum Natura: Mais um caso escandaloso na Física.

A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) deveria passar a chamar-se Afundação da Ciência e da Tecnologia (ACT).