31.3.14

e a França aqui tão perto.

17:28

Nas autárquicas gaulesas a extrema-direita avançou, a direita ganhou e os socialistas perderam (na companhia de alguma da "outra esquerda", mas nem toda).

Não vale a pena olharmos para o lado. Este sinal só é novo para quem tem andado distraído. A França é, entre nós, mais visível do que outros países europeus, mas o desencanto com a chamada esquerda democrática não é de ontem. É que é fácil afirmar que quem tem a culpa da austeridade, da desigualdade, da precariedade, da injustiça - é a direita! Mas é extremamente perigoso, para a democracia, constatar que muitos partidos de esquerda não são capazes de fazer melhor, quando chegam ao poder. E as pessoas não votam na direita e na esquerda para obterem o mesmo tipo de governação: certas políticas, toleradas a governos de direita pelos seus eleitorados, tornam-se explosivas no caso de serem aplicadas por governos de esquerda. Não há que espantar por isso: quando se vota num governo de esquerda, espera-se que apareçam outras abordagens aos problemas, não a repetição do mesmo tipo de receitas. Quando Hollande derrotou Sarkozy, esperava-se (muitos não esperávamos nada de muito grande, mas, enfim, de algum modo, mesmo com muito cepticismo à mistura, por causa da pequenez do homem, esperava-se) algo de novo na gestão da Europa e da França. Nada disso aconteceu verdadeiramente, nem no plano nacional, nem no palco europeu. Parece que os socialistas estão esmagados pela crise, tristonhos com a situação social, mas incapazes de ousar qualquer coisa de diferente para mudar o destino. Ora, as desilusões tornam-se mais explosivas quando são acumuladas. E arriscam tornar-se desilusão com a própria democracia, tornando os povos tolerantes aos que vêm de fora do campo democrático.

Tudo isto deve fazer-nos pensar em Portugal. A eventualidade de uma mudança de maioria, com a entrada do PS no governo, que desse como resultado apenas "mais do mesmo", seria catastrófico. Não apenas para o PS, mas para o regime, já que poderia levar as pessoas a pensar "muda o disco e toca o mesmo". Ou o habitual "são todos iguais", mas levado a sério. E isso poderia pôr em causa a própria sustentação da democracia como forma de nos governarmos. É preciso estarmos bem conscientes de que, se em geral são os governos que perdem as eleições (e não as oposições que as ganham), seria trágico que, neste estado de profundo desconcerto social, a oposição chegasse ao governo apenas por desgaste dos ocupantes de turno e não em nome de uma linha política alternativa bem definida e bem reconhecida pelo eleitorado. Linha política alternativa essa que, aplicada, fosse realmente capaz de mobilizar o país e criar novas forças para fazer o que tem de ser feito.

Tudo isto que digo acima é bem sabido. Claro. O que talvez nem toda a gente tenha presente é algo que torna o tema muito preocupante: há socialistas ou aparentados em muitos governos da Europa e, em geral, é bem difícil notar que diferença lá fazem quando comparados com a direita. Porque hoje o ambiente internacional, os egoísmos nacionais, a globalização financeira, a fraqueza dos Estados, a incapacidade política das instituições da União Europeia, deixam pouca margem de manobra aos governos de cada país. Isso faz com que não seja fácil fazer a diferença. Mas, vencer e não ser capaz de fazer é a diferença é o descrédito: da esquerda e da própria democracia. É isso que está a acontecer em França. É isso que não queremos que aconteça em Portugal. E, francamente, não estou certo de que estejamos livres de que isso nos aconteça por cá. Preocupa-me, em particular, que se pense ser possível continuar com o mesmo tipo de representação política, que criou a ideia (muitas vezes verdadeira) de que os representantes se tornarem, eles próprios, uma classe, distinta dos representados e com os seus próprios interesses e a sua própria lógica. Se isso não mudar, não há esperança democrática possível. Tão simples (tão complicado) quanto isto. 

28.3.14

podemos receber lições de estrangeiros, sim senhor.


Henrique Raposo, indo além dos dislates políticos, deu recentemente à publicidade no espaço do Expresso um texto (São as portuguesas mais feias do que as outras?) absolutamente nojento naquilo que revela da forma como vê o mundo. Seria interpretável como um texto mais ou menos privado de um adolescente com falta de jeito para tomar conta das mãos, mas, naquele espaço, desafia até a nossa capacidade de interpretação.

O Embaixador da Polónia em Portugal também achou que o texto passava das marcas. A ponto de se dar ao trabalho de escrever ao Expresso (como se pode ler no sítio da Embaixada da República da Polónia em Portugal). Entre outras coisas, escreve o Embaixador: «Nós não contamos que, num jornal tão prestigiado - seja na página oficial ou na edição impressa - haja espaço para comentários tão sexistas e vulgares.» De acordo. E mais: «E o Sr. Raposo não só ofende as mulheres polacas, inglesas ou brasileiras, mas também as portuguesas, cujo valor é avaliado apenas em termos de serem " boas" e "fáceis". O "artigo" de Henrique Raposo reforça o estereótipo de que os homens portugueses são sexistas e machistas, vendo as mulheres apenas como objetos sexuais e avaliando-as só atraves de valores sexuais.» De acordo.

Portanto, podemos receber lições de civilidade vindas de estrangeiros, sim senhor. Já que, por cá, os "responsáveis" por jornais "de referência" permitem estas porcarias. Obrigado, Senhor Embaixador da República da Polónia em Portugal, por nos lembrar que não somos só nós, alguns portugueses, a achar vergonhosas aquelas palavras de um "colunista". Um colunista sem coluna, imagino.


a mentira como linha geral.

12:28

A Lusa, o Correio da Manhã, o Diário Económico, o Diário de Notícias, o Dinheiro Vivo, o Jornal de Notícias e o Público emitiram a seguinte nota conjunta:

Terça-feira, os jornalistas de vários órgãos de comunicação social foram convidados para um encontro informal no Ministério das Finanças. O tema da reunião seria a convergência de pensões. Durante o encontro, foi referido que os temas abordados e discutidos poderiam ser noticiados, mas sem serem atribuídos a nenhum responsável, apenas a fonte do Ministério das Finanças. Os temas tratados, com embargo de divulgação até à meia-noite de quarta-feira, acabaram por fazer a manchete da maioria dos títulos de imprensa de quinta-feira. Os órgãos de comunicação social presentes na reunião rejeitam, por isso, as afirmações a propósito deste tema do porta-voz do Governo, o ministro Marques Guedes, e reafirmam que cumpriram todas as regras da profissão, bem como o acordo feito, em colectivo e na presença de todos, com o membro do Governo que convidou os jornalistas.

Quando a comunicação social noticiou aquilo que lhe tinha sido dito no Ministério das Finanças, as pessoas que no governo filtram a realidade para não dar má imagem, ficaram aborrecidas. Usando a costumeira técnica de mentir e chamar mentiroso aos outros, "Pedro Passos Coelho classificou como "especulação" as notícias sobre novas fórmulas de cálculo das pensões". Se o chefe do governo chama especulação à notícia que relata o que disse um membro do governo, esse chefe do governo está a mentir, a faltar à verdade, a ocultar a realidade, o que quiserem.

No Facebook, o jornalista Paulo Pena comenta assim a situação:

Não é defeito, é feitio. Pela segunda vez, num ano, o Governo acusa os jornalistas de "manipulação" num caso em que, à vista de todos, a única manipulação, para mais grosseira, é a que o próprio Governo faz. Isto é muito grave - qualquer que seja a cor do Governo. É, com toda a propriedade, um atentado a um dos fundamentos do Estado de Direito, a liberdade de informação. Meço bem as palavras. Quando um Governo, incomodado com o que um dos seus membros disse, tenta convencer a opinião pública de que os jornalistas estão a mentir, isso demonstra que o Governo não se limita à sua esfera de acção e quer jogar sujo. Em Agosto aconteceu-me o mesmo, com a história dos swaps do ex-secretário de Estado Pais Jorge. Na altura, lembram-se decerto, havia supostamente um documento manipulado para "incriminar" o secretário de Estado. Agora a manipulação é a existência de uma conversa, formal, num Ministério, que toda a gente sabe que aconteceu e "como" aconteceu. É um padrão.

A mentira tornou-se a linha geral de quem nos governa. E o descaramento com que usam o engano só mostra que confiam nos resultados que têm obtido com essa linha de conduta. O que é preocupante.



as sugestôes do João Miguel.




[o que é isto?]



Para conseguirmos faire marcher le devoir et l'amour. (Carmen, 2º acto)




Está em distribuição a programação da CulturGest para o período Abril / Agosto de 2014.
Prolongada, até 6 de Abril, a exposição "Rubens, Brueghel, Lorrain. A Paisagem Nórdica do Museu do Prado", no Museu Nacional de Arte Antiga
  • Até dia 28, no Museu Condes de Castro Guimarães, inscrições para o curso Mesa Aristocrática e Sociabilidade nos Séculos XVIII / XIX, por Ana Marques Pereira (20€; 2 sessões, sábados 5 e 12 de Abril, às 15h00)
  • Até dia 30 (de quarta a sábado às 21h30, domingo às 16h), nos Recreios da Amadora, Noite de Guerra no Museu do Prado, de Rafael Alberti, pelo Teatro dos Aloés (até 10€)

Sexta-feira, dia 28

  • no CCB, início da venda de bilhetes para os Dias da Música em Belém (2, 3 e 4 de Maio)
  • às 10h30, no Gabinete do Parlamento Europeu, Largo Jean Monet nº 1 – 6º, audição pública: Guiné-Equatorial na CPLP: A perspectiva dos Direitos Humanos
  • às 15h30, na Cinemateca, Intriga Internacional, de A. Hitchcock
  • às 18h30, na Culturgest, conferência do ciclo O neoliberalismo não é um slogan – histórias de uma ideia poderosa: A crise é sempre uma oportunidade: o caso da Zona Euro, por João Rodrigues (senhas a partir das 18h00, com transmissão em http://www.culturgest.pt/)
  • às 19h00, no El Corte Inglés, sessão do ciclo de conferências e debates Pensar Portugal: Sobre a Morte e o Morrer, com o autor Walter Osswald (0€, inscrição prévia em: Ponto de Informação, Piso 0, ou relacoespublicas@elcorteingles.pt)

Sábado, dia 29

  • às 9h30, no Museu Nacional de Machado de Castro, Coimbra, percurso temático/cronológico: - Arquiteturas de Sabedoria: os colégios da Rua da Sofia (5€, inscrição prévia: iamic.ligamnmc@gmail.com ou 239 853 070)
  • às 10h00, no Palácio Marquês de Pombal, Oeiras, visita: Cantos e Encantos do Palácio, por Alexandra Fernandes (0€; inscrição prévia: 214 404 851/91, dphm@cm-oeiras.pt)
  • às 12h10, na TSF, Encontros com o Património: A Capela e a Casa dos Livros da Universidade de Coimbra
  • às 14h30, no Palácio Marquês de Pombal, Oeiras, visita: A Azulejaria do século XVIII na coleção do Museu Nacional do Azulejo e no Palácio Marquês de Pombal, por Alexandre Pais (0€; inscrição prévia: 214 404 851/91, dphm@cm-oeiras.pt)
  • às 15h00, no Auditório Três da Gulbenkian), conferência do programa Próximo Futuro: Uma História de Protesto Popular e Luta Anticolonial - Política em Portugal e no Império Português do Século XIX ao 25 de Abril, com Diego Palacios Cerezales, José Neves e Fátima Sá e Melo Ferreira (0€; inscrição prévia cursopcc@gmail.com)
  • às 17h00, no Museu da Música, recital de canto e piano (Schubert, Bizet, Puccini e Verdi), com Ana Madalena Moreira (soprano) e Nataliya Kuznyetsova (piano) (2€ bilhete de admissão ao Museu)
  • às 17h00, no Centro Interpretativo Gonçalo Ribeiro Teles (Jardim da Gulbenkian), Conversas ao Entardecer: O jardim no Crescente Fértil, Egipto e Pérsia, com Francisco Caramelo (5€)
  • às 21h30, na Igreja de Santo Ildefonso, Almodôvar, 10.ª edição do Festival Terras sem Sombra: Um Requiem Alemão (J. Brahms), com Raquel Alão (soprano), Luís Rodrigues (barítono), Coro do Teatro Nacional de S. Carlos, João Paulo Santos (piano), Kodo Yamagoshi (piano) e Giovanni Andreoli (maestro) (0€)
  • às 21h30, no Palácio Foz, O Sacro e o Profano no Barroco Germânico (Zelenka e Bach), com a Orquestra Metropolitana de Lisboa e o Coro de Câmara Lisboa Cantat (7€)
  • às 21h30, no Café Saudade, Sintra, Leituras no Café Saudade (tertúlia literária): poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen (O Nome das Coisas), dinamizadas por Vítor Pena Viçoso (0€)
  • às 25h00, os relógios adiantam 1 hora (passarão a ser 26h00; para quem fechar o dia à meia noite, serão 2h00 do dia 25)


Domingo, dia 30

  • às 10h20, na ARTE, Metropolis (43’)
  • às 11h00, no Museu Gulbenkian, visita, Sempre aos Domingos: Veneza – a visão de Guardi (2€)
  • às 11h30, na ARTE, Philosophie: Burn-Out (29’)
  • às 12h00, Domingos com Arte no CAM (Centro Arte Moderna da Gulbenkian), O tempo e a matéria – visita de desaceleração (exposição Rui Chafes: o peso do Paraíso) (2€)
  • às 12h14, na RTP2, A Verde e a Cores - episódio 10: Jardim Histórico do Palácio Nacional de Queluz (reposição; 27’)
  • às 16h30, na ARTE, De Cézanne à Bonnard, l'atelier du midi (61’)
  • às 21h04, na RTP2, Gago Coutinho - Almirante com Alma de Tenente (28’)
  • às 21h45, na RTP2, Agora (45’)

Segunda-feira, dia 31

  • às 11h55, na ARTE, 360 - GÉO: Le dernier radeau du Monténégro (53)
  • às 21h00, na RTP2, Entre Imagens – 5/13 Augusto Brázio (25’)
  • às 21h25, na RTP2, Visita Guiada
  • às 21h30, na Casa da Achada, Os falsificadores (2007, 98 min.), de Stefan Ruzowitzky (0€)

Terça-feira, dia 1, Dia das Mentiras e de São Coelho de Massamá

  • às 14h00, no Auditório Municipal Maestro César Batalha, Galerias Alto da Barra, Oeiras, Masterclass da História do Cinema O Melhor do Cinema Inglês (1935-2000): Nicholas Nickleby, de A. Cavalcanti (senhas a partir das 13h30) (segunda sessão às 17h00, senhas a partir das 16h00)
  • às 14h30, na Casa Fernando Pessoa, Dia das Mentiras na Casa Fernando Pessoa: visita Pessoa, o Poeta Fingidor (marcação prévia: ricardomorais@egeac.pt)
  • às 15h00, no Museu Gulbenkian, Os Lugares da Arte: Laca –arte, técnica e natureza (5€)
  • às 15h30, na RTP2, Entre Imagens: episódio 3/13 – José M. Rodrigues (25’)
  • às 16h00, na Casa Fernando Pessoa, Dia das Mentiras na Casa Fernando Pessoa: O Heterónimo Desconhecido (apresentação pelos participantes da ficha de identidade de um heterónimo fictício)
  • às 16h00, na RTP2, Visita Guiada: episódio 3/13 - Museu Machado de Castro e Convento de Santa Clara-a-Nova (25’)

Quarta-feira, dia 2

  • às 14h00, na Fábrica da Pólvora de Barcarena, visita: A Casa dos Engenhos (0€; inscrição prévia: 210 977 422/3/4, museudapolvoranegra@cm-oeiras.pt)
  • às 15h30, na Cinemateca, Dom Roberto, de Ernesto de Sousa
  • às 19h00, na Cinemateca, Corações, de A. Resnais
  • às 19h00, no Auditório da RTP, Av. Marechal Gomes da Costa, concerto Antena 2: Fernando Lopes-Graça - 20 anos do seu falecimento, por Fausto Neves (piano)
  • às 21h15, na ARTE, Ai Weiwei - Evidence (52’)
  • às 26h20, na ARTE, Katharine Hepburn - Une légende du cinéma (76’)

Quinta-feira, dia 3

  • às 7h55, na ARTE, Khrouchtchev à la conquête de l'Amérique (59’)
  • às 11h00, na ARTE, Escapade Gourmande – Venise (28’)
  • às 15h20, na ARTE, Rivalité maritime entre Angleterre et Pays-Bas (1/2) - commerce et colonies (57’)
  • às 15h30, na Cinemateca, O Recado, de J. Fonseca e Costa
  • às 16h00, na Mezzo, Tosca, de Puccini (2009; MET; maestro Joseph Colaneri, encenação Luc Bondy, Karita Mattila (Tosca), Marcelo Álvarez (Cavaradossi), George Gagnidze (Scarpia), Paul Plishka (Sacristan), Joel Sorensen (Spoletta), David Pittsinger (Angelotti), James Courtney (Sciarrone)); 138’)
  • às 16h00, no Auditório B204, do ISCTE, conferência: Reformulación de la estructura urbana para consolidar el camino al socialismo: tres propuestas para el Chile de la Unión Popular (1972), por Ana María Rigotti
  • às 18h30, no Palácio do Beau Séjour, conferências do ciclo Identidades e Entidades Religiosas em Lisboa: A Nova Comunidade Islâmica, por Carim Mohamed; Budistas e Hindus numa Época de Fascínio pelo Oriente, por António Faria
  • às 18h30, na Culturgest, projeção de O Amor que purifica (37 min.), seguida de conversa entre Lourdes Castro, Pitum Keil do Amaral e Miguel Wandschneider (senhas a partir das 18h00)
  • às 19h30, na Cinemateca, Corações, de A. Resnais

A seguir:

  • Dias 4 e 5 de Abril, 3.ª edição do Belém Art Fest
  • De 4 a 6 de Abril, Festa do Jazz do São Luiz
  • Dia 4, às 9h15, na ARTE, Fukushima, chronique d'un désastre (48’)
  • Dia 4, às 15h20, na ARTE, Rivalité maritime entre Angleterre et Pays-Bas (2/2) - religion et politique (57’)
  • Dia 4, às 19h00, na Cinemateca, Perdido por Cem …, de A. P. Vasconcelos
  • Dia 4, às 21h30, no Convento dos Remédios, em Évora, Concerto de Páscoa (G. Fr. Händel, A. Vivaldi e J. S. Bach), com Sandra Medeiros (soprano), Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras e Nikolay Lalov (maestro)
  • Dia 4, às 22h00, na Cinemateca, Pedro Só, de A. Tropa
  • Dia 5, às 16h00, na Igreja Paroquial de Queijas, Concerto de Páscoa (G. Fr. Händel, A. Vivaldi e J. S. Bach), com Sandra Medeiros (soprano), Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras e Nikolay Lalov (maestro)
  • Dia 5, às 17h00, no Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha, palestra: A Linguagem Musical, por Miguel Graça Moura
  • Dias 5 e 6 de Abril, no Salão Nobre do Palácio Marquês de Pombal, Oeiras, X Encontro de História Local do concelho de Oeiras: O Quotidiano em Oeiras no Século XVIII (5€; tel. 214 404 851/91, dphm@cm-oeiras.pt - CM Oeiras / Divisão de Património Históricoe Museológico
  • Dia 6, às 16h00, na Igreja dos Salesianos, Estoril, Concerto de Páscoa (G. Fr. Händel, A. Vivaldi e J. S. Bach), com Sandra Medeiros (soprano), Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras e Nikolay Lalov (maestro)
  • Até dia 7 de Abril, no El Corte Inglês (Ponto de Informação, Piso 0), inscrições (grátis) para o curso História de Arte (por José Carlos Pereira; 10 sessões, às 15h30 de segundas e quartas, com início a 21 de Abril) (www.elcorteingles.pt)



Não deixe de consultar a matriz de exposições (clicando aqui pode descarregar ficheiro Excel).


27.3.14

Cintra: "o inimigo do teatro é o mercado."

13:31

Hoje é o Dia Mundial do Teatro. Luis Miguel Cintra deu um testemunho ao Expresso sobre este dia, sobre o teatro. Pode ver-se abaixo o vídeo do Expresso.

As palavras de Cintra merecem reflexão. Até porque ele tem mostrado que as suas palavras e os seus actos não olham para mundos diferentes. Ainda recentemente, com o projecto "Ilusão", deu concretude a essa forma de "viver sem fins lucrativos" na arte do teatro. (Podem ler sobre isso aqui, aqui e aqui, onde dou testemunho da minha participação.)





o tempo.


Clicar na imagem para ir.


http://monstrosantigos.blogspot.be/2014/03/o-tempo.html


25.3.14

24.3.14

o romancista sai em defesa do jornalista. E sai-se mal.


José Rodrigues dos Santos colocou-se no papel de tentar dar uma escovadela a José Sócrates, num programa de opinião de José Sócrates, torcendo o formato. Manifestamente dava jeito tentar travar um dos poucos comentadores políticos que não correm na mesma pista do governo. O jornalista, usando a sua página de romancista no Facebook, vem explicar-se. No essencial, a explicação é uma mistificação. Por duas razões. Primeira, porque desenvolve grande parte do raciocínio argumentando acerca das características de uma entrevista, quando os programas de comentário político não são, nem naquele canal nem noutros, entrevistas - embora possam parecer. Segunda, porque trata de defender que o caso de José Sócrates é diferente dos demais, portanto tem de ser tratado de forma diferente (com vassoura, parece): parece, assim, que José Sócrates não tem direito a expressar opinião nas mesmas condições que os demais - nas condições prometidas por quem o convidou. Está tudo dito: esta gente vai eternamente apelar a um qualquer "estado de sítio" para justificar qualquer garotada que lhes apeteça fazer contra Sócrates.
Mas, enfim, costumam ser adultos os leitores deste blogue: deixo-vos a tarefa de ler. É aqui, no facebook do romancista José Rodrigues dos Santos.

os privilégios de Sócrates.


O mundo continua injusto. José Sócrates é o único comentador de política na televisão portuguesa que tem direito a um "grande jornalista" a fazer o pino em directo para abrilhantar o seu argumento. Um grande elogio, enquanto outros comentadores só têm direito a parceiros que se limitam a abanar a cabeça. Quem não soubesse tratar-se de mais um privilégio oculto concedido a Sócrates, poderia pensar estar perante uma tentativa de assassinato (político) em directo.


(José Rodrigues dos Santos a consultar os seus arquivos para fazer uma entrevista-surpresa a um comentador incómodo para o governo.)

23.3.14

uma pergunta sobre o perigoso manifesto dos 74.


Alguém poderia dizer-me, por favor, quanto subiram os juros da dívida soberana de Portugal por causa do manifesto dos 74?

Era só para saber se as demissões de Gastar e Portas tinham sido mais ou menos anti-patrióticas que a preocupação dos subscritores do manifesto.

21.3.14

as sugestôes do João Miguel.




[o que é isto?]



Para conseguirmos faire marcher le devoir et l'amour. (Carmen, 2º acto)


[Nota do Editor: O atrasa na edição de hoje torna ociosa a parte correspondente a esta sexta-feira, mas mantenho a integridade da coluna como vénia à integridade do trabalho do João Miguel.]


Vou adiando a elaboração de uma nota «explicando» o âmbito das sugestôes. O alargamento do conjunto dos destinatários torna-a urgente. Mas à falta de tempo junta-se a dificuldade de definir fronteiras mal estabelecidas. Esta sugestâo é um bom exemplo: Não perca a crónica de António Lobo Antunes na edição de hoje da revista Visão. O teatro também não é muito acompanhado, mas vou começar por ele…
  • Até dia 30 (de quarta a sábado às 21h30, domingo às 16h), nos Recreios da Amadora, Noite de Guerra no Museu do Prado, de Rafael Alberti, pelo Teatro dos Aloés (até 10€)

Sexta-feira, dia 21

  • às 13h00, na Câmara Municipal de Lisboa, Duo de Viola e Fagote (Willy Hess, Philippe Hersant e Michał Spisak), por Irma Skenderi (viola) e Roberto Erculiani (fagote), Solistas da Metropolitana (0€)
  • às 14h30, no auditório do Museu Nacional do Teatro, recital de poesia (poemas de Fernando Pessoa, Cesário Verde e Alexandre O’Neil), pelo actor Sinde Filipe (0€)
  • às 15h00, na Casa Fernando Pessoa, Dia Mundial da Poesia na Casa Fernando Pessoa: Mensagem, pelo actor Carlos Martins da Fonseca
  • às 15h26, na RTP2, Ana Vieira: E o que não é visto (63’)
  • às 15h30, na Cinemateca, Duas Horas na Vida de uma Mulher, de A. Varda
  • às 16h00, na Mezzo, Príncipe Igor, de A. Borodine (2013; Bolchoï) (132’)
  • às 18h00, no Palácio Foz, recital de piano (L. van Beethoven), por Marta Menezes (0€)
  • às 18h30, na Casa Fernando Pessoa, Dia Mundial da Poesia na Casa Fernando Pessoa: Trios para Oboé, Trompa e Piano (Reinecke e Herzogenberg), com Sally Dean (oboé), Nuno Vaz (trompa) e Anna Tomasik (piano), Solistas da Metropolitana
  • às 19h00, na Cinemateca, O Delfim, de F. Lopes
  • às 19h00, no Auditório do Liceu Camões, Concerto Aberto Antena2 Clarinete e Percussão (Edward J. Miller, Nikola Resanovic, Lino Guerreiro, Scott Lindroth, J. B. e Fredrik Högberg), por Nuno Silva (clarinete) e Marco Fernandes (percussão), Solistas da Metropolitana (0€)
  • às 19h15, na Mezzo, em directo do Concertgebouw, Concerto para piano nº 1 de Beethoven (Lars Vogt solista) e a 9ª de Bruckner, pela Royal Concertgebouw Orchestra dirigida por Mariss Jansons (90’)
  • às 21h30, no Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre, Portalegre JazzFest: FIRE!, com Mats Gustafsson (saxofone), Johan Berthling (contrabaixo) e Andreas Werliin (bateria) (8€, com direito a 1 CD)

Sábado, dia 22

  • às 9h30, no Museu Nacional de Machado de Castro, Coimbra, percurso temático/cronológico: Coimbra no Tempo dos Descobrimentos (5€, inscrição prévia: iamic.ligamnmc@gmail.com ou 239 853 070)
  • às 10h30, na Gulbenkian, visita: A água no Jardim Gulbenkian (5€)
  • às 12h10, na TSF, Encontros com o Património (distinguido com o Prémio do Património Cultural da União Europeia / Prémios Europa Nostra 2014): De visita à Tapada do Palácio de Mafra
  • às 12h30, na RTP2, A Verde e a Cores - episódio 8: Jardim Botânico da Universidade de Lisboa (reposição; 27’)
  • às 15h00, no Largo de São Carlos, Poesia em Pessoa
  • das 15h00 às 18h30, no Centro Cultural de Belém, homenagem à poesia mexicana contemporânea
  • às 16h00, no Museu Nacional de Arte Antiga, Trios para Oboé, Trompa e Piano (Reinecke e Herzogenberg), com Sally Dean (oboé), Nuno Vaz (trompa) e Anna Tomasik (piano), Solistas da Metropolitana
  • às 16h00, no Museu do Oriente, Sonatas Barrocas (C. P. E. Bach e J.-M. Leclair), com Janete Santos (flauta), Ana Pereira (violino), Paulo Gaio Lima (violoncelo) e Marcos Magalhães (cravo), Solistas da Metropolitana
  • às 16h00, no Museu da Música, debate do ciclo Mural Sonoro: Cante alentejano, a adaptação na música popular, o discurso sobre as identidades e o território, com Janita Salomé, José Francisco Colaço e Soraia Simões (moderadora)
  • às 16h00, na Sociedade de Instrução Musical e Escolar Cruz Quebradense, Bartók - Lopes-Graça, por Solistas da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras (0€)
  • às 17h00, no Auditório Três da Gulbenkian), projecção The Labèque Way, com apresentação por parte de Katia e Marielle Labèque (0€)
  • às 18h00, no Convento dos Remédios, Évora, concerto A Quaresma na Escola de Música da Sé de Évora, pelo Coro Polifónico Eborae Mvsica, sob a direção do Maestro Eduardo Martins
  • às 21h30, no Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha, Homenagem a Astor Piazzolla, por Liviu Scripcaru (violino), Ana Cláudia Serrão (violoncelo) e Savka Konjikusic (piano), Solistas da Metropolitana
  • às 21h30, no Palácio Foz, recital de violino, violoncelo e piano (Telemann, Ernest Bloch, Manuel De Falla, Alberto Ginastera, Sulkhan Tsintsadze, Antonin Dvorak e Georg F. Haendel), por Manuel Abecasis (violino), Zlatomir Fung (violoncelo) e Joana Barata (piano) (0€)

Domingo, dia 23

  • às 10h20, na ARTE, Metropolis - Riga (43’)
  • às 10h30, no Museu do Azulejo, visita orientada ao Museu e Convento da Madre de Deus (0€)
  • às 11h30, na ARTE, Philosophie: Mal (29’)
  • às 12h00, Domingos com Arte no CAM (Centro Arte Moderna da Gulbenkian), Rui Chafes: o peso do Paraíso (2€)
  • às 12h30, na RTP2, A Verde e a Cores - episódio 9: Árvores do Parque das Naçõe, bonsais (reposição; 27’)
  • às 16h00, na Basílica do Palácio Nacional de Mafra, concerto de Canto Gregoriano (Josquin des Prez, Frei Manuel Cardoso, Bach, Duarte Lobo e João Lourenço Rebelo), pela Capella Duriensis (0€)
  • às 17h00, no Museu de Arqueologia, Bartók - Lopes-Graça, por Solistas da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras
  • às 20h30, na RTP2, Para Além do Tempo, William Turnbull (64’)
  • às 21h00, no Teatro do Bairro (Rua Luz Soriano, 63), ciclo Domenica Al Cinema (cinema italiano contemporâneo): Il Divo, de Paolo Sorrentino (0€)
  • às 21h45, na RTP2, Agora (45’)
  • às 25h30, na ARTE, Gustav Mahler: Autopsie d'un génie (88’)

Segunda-feira, dia 24

  • às 9h02, na TV5, En Voyage! - Marrakech-Essaouira (28’)
  • às 12h59, na TV5, Le Grand Tour – Du Québec à la Louisiane (120’)
  • às 18h00, na Casa Fernando Pessoa, Pessoa e Borges em Lisboa (0€)
  • às 19h30, na Cinemateca, Voando Sobre um Ninho de Cucos, de M. Forman
  • às 21h00, na RTP2, Entre Imagens – Gabriela Albergaria (25’)
  • às 21h25, na RTP2, Visita Guiada: episódio 4/13 - Museu de Alberto Sampaio, Guimarães (25’)
  • às 21h30, na Casa da Achada, Sophie Scholl: os últimos dias (2005, 120 min.), de Marc Rothemund (0€)
  • às 21h30, na Barraca (Largo de Santos, 2), Encontros Imaginários: Bernard Shaw, Marlene Dietrich e Attila (5€)

Terça-feira, dia 25

  • às 14h00, no Auditório Municipal Maestro César Batalha, Galerias Alto da Barra, Oeiras, Masterclass da História do Cinema O Melhor do Cinema Inglês (1935-2000): O Terceiro Homem, de C. Reed (senhas a partir das 13h30) (segunda sessão às 17h00, senhas a partir das 16h00)
  • às 15h30, na RTP2, Entre Imagens: episódio 4/13 – Edgar Martins (25’)
  • às 16h00, na RTP2, Visita Guiada: episódio 2/13 - Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa (25’)
  • às 17h00, no Ginásio do Edifício do Banco de Portugal, R. Febo Moniz, recital de violoncelo e contrabaixo, pelo Duo Contracello: Miguel Rocha (violoncelo) e Adriano Aguiar (contrabaixo)
  • às 18h30, no Auditório do Instituto Cervantes, projecção: Manuel de Falla, músico de dos mundos, de José Luis Castiñeira de Dios (0€)
  • às 21h30, na Igreja da Graça, Concerto de Primavera da Universidade de Lisboa, com o Coro de Câmara da Universidade de Lisboa

Quarta-feira, dia 26

  • às 12h30, no Palácio Foz, visita guiada (0€, inscrição prévia: 21 322 1240 ou visitas.guiadas@gmcs.pt )
  • às 15h00, na Universidade Católica, conferência: O lugar do pensamento social cristão na construção da cidade, com D. Manuel Clemente e Drª Manuela Ferreira Leite (0 €)
  • às 15h30, na Cinemateca, Ana e as suas irmãs, de W. Allen
  • às 18h00, no Museu Nacional de Arte Antiga, obras em foco 2014: Virgem com o Menino (Andrea del Verrocchio; 1470-1480; Frankfurt Städel Museum) (0 €)
  • às 18h00, no Palácio Foz, recital de piano (Carlos Seixas, Artur Santos, Ernesto Halffter e Isaac Albeniz), por José Bom de Sousa (0€)
  • às 18h30 (ou às 19h00), numa sala de cinema UCI no El Corte Inglês, projecção do bailado Ilusões Perdidas, dançado pelo Bolshoi em 2 de Fevereiro de 2014 (11,20€)
  • às 22h00, na Cinemateca, Bernardo Marques – O Ar de um Tempo + Cinema + Tomai lá do O’Neill, de F. Lopes

Quinta-feira, dia 27, Dia Mundial do Teatro (oportunidade para ver a exposição Lucien Donnat: Vida e Obra, no Teatro D. Maria II num horário mais cómodo 10-12h30 + 14h30-16h30)

  • às 10h30, no Museu do Teatro, Dia Mundial do Teatro - Há Teatro no Museu: Um Sapato Especial, pela Companhia Cativar (0€; inscrição prévia servicoseducativos@mnteatro.dgpc.pt / 217 567 410)
  • às 13h25, na Casa-Museu Medeiros e Almeida, Pausa para a Arte: Marfins Indo-Portugueses (0€)
  • às 14h30, no Museu do Teatro, Dia Mundial do Teatro - Há Teatro no Museu: O Príncipe Feliz, pela Companhia Magia e Fantasia (0€; inscrição prévia servicoseducativos@mnteatro.dgpc.pt / 217 567 410)
  • às 16h00, na Mezzo, Tosca, de Puccini (2009; MET; maestro Joseph Colaneri, encenação Luc Bondy, Karita Mattila (Tosca), Marcelo Álvarez (Cavaradossi), George Gagnidze (Scarpia), Paul Plishka (Sacristan), Joel Sorensen (Spoletta), David Pittsinger (Angelotti), James Courtney (Sciarrone)); 138’)
  • às 18h30, no Museu Nacional de Arte Antiga, ciclo de palestras sobre obras-primas de pintura do acervo do Museu: A Conversação, de Pieter de Hooch, por António Mega Ferreira (0€)
  • às 18h30, no Auditório do Instituto Cervantes, conferência: Aula de Flamenco Enrique Morente - La mujer en el Flamenco, por Carlos Álvarez de Sotomayor (0€)
  • às 19h00, no Institut Français du Portugal, Bar das Ciências: Por que e como nascem as novas palavras?, com Jean-François Sablayrolles (0€)

A seguir:

  • Até dia 28, no Museu Condes de Castro Guimarães, inscrições para o curso Mesa Aristocrática e Sociabilidade nos Séculos XVIII/XIX, por Ana Marques Pereira (20€; 2 sessões, sábados 5 e 12 de Abril, às 15h00)
  • Dia 28, às 15h30, na Cinemateca, Intriga Internacional, de A. Hitchcock
  • Dia 28, às 18h30, na Culturgest, conferência do ciclo O neoliberalismo não é um slogan – histórias de uma ideia poderosa: A crise é sempre uma oportunidade: o caso da Zona Euro, por João Rodrigues (senhas a partir das 18h00, com transmissão em http://www.culturgest.pt/)
  • Dia 28, às 19h00, no El Corte Inglés, sessão do ciclo de conferências e debates Pensar Portugal: Sobre a Morte e o Morrer, com o autor Walter Osswald (0€, inscrição prévia em: Ponto de Informação, Piso 0, ou relacoespublicas@elcorteingles.pt)
  • Dia 29, às 15h00, no Auditório Três da Gulbenkian), conferência do programa Próximo Futuro: Uma História De Protesto Popular E Luta Anticolonial - Política em Portugal e no Império Português do Século XIX ao 25 de Abril, com Diego Palacios Cerezales, José Neves e Fátima Sá e Melo Ferreira (0€; inscrição prévia cursopcc@gmail.com)
  • Dia 29, às 21h30, no Palácio Foz, O Sacro e o Profano no Barroco Germânico (Zelenka e Bach), com a Orquestra Metropolitana de Lisboa e o Coro de Câmara Lisboa Cantat (7€)
  • Dia 29, às 21h30, no Café Saudade, Sintra, Leituras no Café Saudade (tertúlia literária): poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen (O Nome das Coisas), dinamizadas por Vítor Pena Viçoso (0€)
  • Dias 5 e 6 de Abril, no Salão Nobre do Palácio Marquês de Pombal, Oeiras, X Encontro de História Local do concelho de Oeiras: O Quotidiano em Oeiras no Século XVIII (5€; tel. 214 404 851/91, dphm@cm-oeiras.pt - CM Oeiras / Divisão de Património Históricoe Museológico



Não deixe de consultar a matriz de exposições (clicando aqui pode descarregar ficheiro Excel).


19.3.14

poesia: O Vidro, de Luís Quintais.



O mais recente livro de poesia de Luís Quintais, O Vidro (Assírio & Alvim), foi ontem apresentado em Lisboa, na Livraria Barata. A apresentação esteve a cargo de Gastão Cruz. Almeida Faria leu alguns dos textos agora dados à estampa. Deixo, para proveito de quem passa, um excerto da apresentação e um dos poemas em prosa lidos na sessão. Aproveitem, pois é Poesia.




14.3.14

As sugestôes do João Miguel.




[o que é isto?]



Para conseguirmos faire marcher le devoir et l'amour. (Carmen, 2º acto)



A série Visita Guiada, que a RTP2 está a emitir, parece-me imperdível. Felizmente está anunciada a retransmissão do primeiro episódio no dia 18.
  • Até dia 14, no Palácio Fronteira, colóquio Lisboa e os Estrangeiros / Lisboa dos Estrangeiros depois do terramoto de 1755 (35€)
  • Dias 14 (18h às 23h), 15 (12h às 23h) e 16 (12h às 20h), na FIL, Feira Internacional de Turismo de Lisboa
  • Até dia 20, na Livraria Municipal Verney, inscrições para o curso O Islão. Origens e desafios da actualidade (15€; 8 sessões, sábados 22 de Março a 31 de Maio, às 15h00)

Sexta-feira, dia 14

  • às 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30, no Espaço Nimas, ciclo Ingmar Bergman: Da Vida das Marionetas (6€)
  • às 19h00, na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, e na Antena 2, recital de cravo: A Verdadeira maneira de tocar instrumentos de teclado (E. Bach), por Cristiano Holtz (0€)
  • às 19h00, no El Corte Inglés (Piso 7), As Conferências D'O Eixo: A Morte Lenta da Democracia, com Daniel Oliveira (0€, inscrição prévia em: Ponto de Informação, Piso 0, ou relacoespublicas@elcorteingles.pt)
  • às 19h00, no auditório do Goethe Institut, ciclo Cinema no Feminino – Resistência: Barbara, de Christian Petzold (0€)
  • às 22h00, no Café Saudade, Sintra, concerto com Caixa de Pandora
  • às 23h30, na Fábrica Braço de Prata, Soul Gospel Project (5€)

Sábado, dia 15
  • às 9h30, no Museu Nacional de Machado de Castro, Coimbra, percurso temático/cronológico: Coimbra Medieval: de D. Sesnando a D. Dinis (5€, inscrição prévia: iamic.ligamnmc@gmail.com ou 239 853 070)
  • às 10h00, no Auditório do Museu do Neorrealismo, Vila Franca de Xira, Oeiras, 2ª Sessão (Século XVII; Renovação artística do final do século XVII) do Curso: História do Azulejo em Portugal, por José Meco (10€; 35€ curso completo)
  • às 12h10, na TSF, Encontros com o Património: Pousadas de Portugal: um diálogo com a História
  • às 13h30, no Palácio Foz, visita guiada (0€, inscrição prévia: 21 322 1240 ou visitas.guiadas@gmcs.pt )
  • às 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30, no Espaço Nimas, ciclo Ingmar Bergman: Em Busca da Verdade (6€)
  • às 15h00, no Palácio Municipal da Qt.ª da Piedade, Póvoa de Santa Iria, visitas guiadas (integradas no curso de História do Azulejo em Portugal) ao Palácio e à Igreja da Vialonga, por José Meco (10€; 35€ curso completo)
  • às 15h00, na Fábrica da Pólvora de Barcarena, visita temática As Invasões Francesas na Fábrica da Pólvora de Barcarena, por José Luís Gomes (0€; inscrição prévia pelo 210 977 420)
  • às 15h30, na Cinemateca, Rio Sagrado, de J. Renoir
  • às 15h30, no Museu Condes de Castro Guimarães, visita guiada O Mobiliário Europeu e Oriental do Museu, por José António Proença
  • às 16h00, no CAM (Centro Arte Moderna da Gulbenkian), Desenho preparatório. Esboço e esquiço, visita/demonstração à exposição Rui Chafes: O peso do Paraíso (5€)
  • às 18h00, no Museu da Música Portuguesa - Casa Verdades de Faria, Monte Estoril, Bartók - Lopes-Graça, por Solistas da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras (0€)
  • às 18h30, no Centro Cultural de Belém, Sala Sophia de Mello Breyner, debate: A palavra dramática e a palavra poética de Karol Wojtyla (João Paulo II), com José Tolentino Mendonça e Maria Teresa Dias Furtado (0€)
  • às 19h00, no auditório do Goethe Institut, ciclo Cinema no Feminino – Resistência: A Noiva Turca, de Fatih Akin (0€)
  • às 21h30, no Teatro Thalia, Ovídio: Perseu e Faetonte (Dittersdorf, Britten e Saint-Saëns), pela Orquestra Metropolitana de Lisboa dirigida por Pedro Neves (10€)

Domingo, dia 16

  • às 10h20, na ARTE, Metropolis: Berna (43’)
  • às 11h00, no Museu do Azulejo, visita guiada, pela comissária Drª Alexandra Curvelo, à exposição O Exótico nunca está em casa? (0€)
  • às 11h30, na ARTE, Philosophie: Chanter (29’)
  • às 12h00, Domingos com Arte no CAM (Centro Arte Moderna da Gulbenkian), Nadia Kaabi-Linke – Preso por Fios (2€)
  • às 12h30, na RTP2, A Verde e a Cores - episódio 7 (na passada semana não emitiram, devia ser o episódio 6!) (reposição; 27’)
  • às 13h30, na RTP2, Um Idealista Chamado Manuel de Arriaga ( 29’)
  • às 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30, no Espaço Nimas, ciclo Ingmar Bergman: Lágrimas e Suspiros (6€)
  • às 13h55, na Mezzo, em directo do Concertgebouw, 8ª e 9ª de Beethoven, com Myrtò Papatanasiu (soprano), Bernarda Fink (mezzo), Burkhard Fritz (tenor), Gerald Finley (baixo), Ivan Fischer (maestro) (100’)
  • às 19h30, na Mezzo, Ivan Fischer dirige, no Concertgebouw, as sinfonias 1, 2 e 5 de Beethoven (100’)
  • às 22h10, na ARTE, Elektra, de R. Strauss (2013; Festival d’Aix-en-Provence; Esa-Pekka Salonen (maestro), Patrice Chéreau (encenação), com Waltraud Meier, Evelyn Herlitzius e a Orquestra de Paris; 111’)
  • às 21h45, na RTP2, Agora (45’)

Segunda-feira, dia 17

  • às 13h02, na TV5, Des Racines & Des Ailes - de la route «Jacques Coeur» à la Nationale 7 (104’)
  • às 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30, no Espaço Nimas, ciclo Ingmar Bergman: Sorrisos de uma Noite de Verão (6€)
  • às 21h00, na RTP2, Entre Imagens - José M. Rodrigues (25’)
  • às 21h25, na RTP2, Visita Guiada - Museu Machado de Castro e Convento de Santa Clara-a-Nova (25’)
  • às 21h30, na Casa da Achada, O pianista (2002, 150 min.) de Roman Polanski. (0€)

Terça-feira, dia 18

  • às 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30, no Espaço Nimas, ciclo Ingmar Bergman: O Sétimo Selo (6€)
  • às 14h00, no Auditório Municipal Maestro César Batalha, Galerias Alto da Barra, Oeiras, Masterclass da História do Cinema O Melhor do Cinema Inglês (1935-2000): Breve Encontro, de D. Lean (senhas a partir das 13h30) [segunda sessão às 17h00, senhas a partir das 16h00]
  • às 15h30, na Cinemateca, Voando Sobre um Ninho de Cucos, de M. Forman
  • às 15h30, na RTP2, Entre Imagens - António Júlio Duarte (25’)
  • às 16h00, na RTP2, Visita Guiada - cálice de São Geraldo (25’)
  • às 16h30, no CAM (Centro Arte Moderna da Gulbenkian), visita às reservas do CAM (5€)
  • às 19h50, na ARTE, Le Vatican et l'argent (documentário; 61’)
  • às 17h00, no Auditório da Biblioteca da F. Ciências Tecnologia, Universidade Nova, Caparica, CineClube: Sunset Boulevard (Crepúsculo dos Deuses), de B. Wilder (0 €)
  • às 17h00, no Auditório Municipal Maestro César Batalha, Galerias Alto da Barra, Oeiras, Masterclass da História do Cinema O Melhor do Cinema Inglês (1935-2000): Breve Encontro, de D. Lean (senhas a partir das 16h00)
  • às 20h55, na ARTE, Le Vatican: le grand chambardement (documentário; 45’)
  • às 21h00, na RTP2, Menina Limpa Menina Suja - a obra de Ana Vidigal (57’)
  • às 21h40, na ARTE, Comment nous avons construit le métro de Moscou (documentário; 53’)

Quarta-feira, dia 19

  • às 13h00, no Auditório da Biblioteca da F. Ciências Tecnologia, Universidade Nova, Caparica, conferência: Navigating the Journey of Life, por Jamail Larkins (0 €)
  • às 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30, no Espaço Nimas, ciclo Ingmar Bergman: O Sétimo Selo (6€)
  • às 15h30, na RTP2, Menina Limpa Menina Suja - a obra de Ana Vidigal (57’)
  • às 19h15, nos cinemas ZON Lusomundo Amoreiras, CascaiShopping, Dolce Vita Coimbra, Tavira Gran-Plaza, NorteShopping, Braga Parque e Vasco da Gama, A Bela Adormecida, de Covent Garden (12€)
  • às 20h02, na TV5, Le Grand Tour – Du Québec à la Louisiane (120’)
  • às 21h30, no Hot Club, "Just in Time" @HotClube (apresentação do 1º CD da etiqueta discográfica @HotClube), com Paula Oliveira (voz), TóZé Veloso (piano), "Binau" Moreira (contrabaixo), Manuel Jorge Veloso (bateria) + convidados (0€)
  • às 21h30, no Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras, conferência do ciclo Livros Proibidos: Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, com João Lobo Antunes e Ricardo Costa (moderador) (0€)

Quinta-feira, dia 20

  • às 13h00, no Salão Nobre do Ministério das Finanças (local bonito, mas muito mal frequentado), Clarinete e Percussão (Edward J. Miller, Nikola Resanovic, Lino Guerreiro, Scott Lindroth, J. B. e Fredrik Högberg), por Nuno Silva (clarinete) e Marco Fernandes (percussão), Solistas da Metropolitana (0€)
  • às 13h25, na Casa-Museu Medeiros e Almeida, Pausa para a Arte: A Arte de Bem Dormir (0€)
  • às 18h00, na Casa da Achada, Os livros da minha vida: No caminho de Swann, 1º volume de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust com Eugénia Leal.
  • às 18h30, na Sociedade Portuguesa de Autores, Homenagem a Astor Piazzolla, por Liviu Scripcaru (violino), Ana Cláudia Serrão (violoncelo) e Savka Konjikusic (piano), Solistas da Metropolitana (0€)
  • às 18h30, na Culturgest, conferência do ciclo O neoliberalismo não é um slogan – histórias de uma ideia poderosa: A hegemonia neoliberal: do Chile aos Consensos de Washington e de Bruxelas, por João Rodrigues (senhas a partir das 18h00, com transmissão em http://www.culturgest.pt/)
  • às 20h15, na Mezzo, John Lee Hooker (32’)
  • às 21h00, no auditório da Casa das Histórias Paula Rego, Conversas da III República: 40 Anos de Democracia, com Teolinda Gersão, Dulce Maria Cardoso e Eugénio Lisboa

A seguir:

  • Dia 21, às 13h00, na Câmara Municipal de Lisboa, Duo de Viola e Fagote (Willy Hess, Philippe Hersant e Michał Spisak), por Irma Skenderi (viola) e Roberto Erculiani (fagote), Solistas da Metropolitana (0€)
  • Dia 21, às 14h30, no auditório do Museu Nacional do Teatro, recital de poesia (poemas de Fernando Pessoa, Cesário Verde e Alexandre O’Neil), pelo actor Sinde Filipe (0€)
  • Dia 21, às 15h00, na Casa Fernando Pessoa, Dia Mundial da Poesia na Casa Fernando Pessoa: Mensagem, pelo actor Carlos Martins da Fonseca
  • Dia 21, às 15h30, na Cinemateca, Duas Horas na Vida de uma Mulher, de A. Varda
  • Dia 21, às 16h00, na Mezzo, Príncipe Igor, de A. Borodine (2013; Bolchoï) (132’)
  • Dia 21, às 18h00, no Palácio Foz, recital de piano (L. van Beethoven), por Marta Menezes (0€)
  • Dia 21, às 18h30, na Casa Fernando Pessoa, Dia Mundial da Poesia na Casa Fernando Pessoa: Trios para Oboé, Trompa e Piano (Reinecke e Herzogenberg), com Sally Dean (oboé), Nuno Vaz (trompa) e Anna Tomasik (piano), Solistas da Metropolitana
  • Dia 21, às 19h00, na Cinemateca, O Delfim, de F. Lopes
  • Dia 21, às 19h00, no Auditório do Liceu Camões, Concerto Aberto Antena2 Clarinete e Percussão (Edward J. Miller, Nikola Resanovic, Lino Guerreiro, Scott Lindroth, J. B. e Fredrik Högberg), por Nuno Silva (clarinete) e Marco Fernandes (percussão), Solistas da Metropolitana (0€)
  • Dia 22, dia mundial da poesia, das 15h00 às 18h30, no Centro Cultural de Belém, Homenagem à poesia mexicana contemporânea
  • Dia 22, às 16h00, no Museu Nacional de Arte Antiga, Trios para Oboé, Trompa e Piano (Reinecke e Herzogenberg), com Sally Dean (oboé), Nuno Vaz (trompa) e Anna Tomasik (piano), Solistas da Metropolitana
  • Dia 22, às 21h30, no Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha, Homenagem a Astor Piazzolla, por Liviu Scripcaru (violino), Ana Cláudia Serrão (violoncelo) e Savka Konjikusic (piano), Solistas da Metropolitana
  • Dia 23, às 10h30, no Museu do Azulejo, visita orientada ao Museu e Convento da Madre de Deus (0€)
  • Dia 24, às 21h30, na Barraca (Largo de Santos, 2), Encontros Imaginários: Bernard Shaw, Marlene Dietrich e Attila (5€)
  • Dia 25, às 18h30, no Auditório do Instituto Cervantes, projecção: Manuel de Falla, músico de dos mundos, de José Luis Castiñeira de Dios (0€)
  • Dia 26, às 18h00, no Museu Nacional de Arte Antiga, obras em foco 2014: Virgem com o Menino (Andrea del Verrocchio; 1470-1480; Frankfurt Städel Museum) (0 €)
  • Dia 26, às 18h30 (ou às 19h00), numa sala de cinema UCI no El Corte Inglês, projecção do bailado Ilusões Perdidas, dançado pelo Bolshoi em 2 de Fevereiro de 2014 (11,20€)
  • Dia 27, às 18h30, no Museu Nacional de Arte Antiga, ciclo de palestras sobre obras-primas de pintura do acervo do Museu: A Conversação, de Pieter de Hooch, por António Mega Ferreira (0€)
  • Até dia 28, no Museu Condes de Castro Guimarães, inscrições para o curso Mesa Aristocrática e Sociabilidade nos Séculos XVIII/XIX, por Ana Marques Pereira (20€; 2 sessões, sábados 5 e 12 de Abril, às 15h00)
  • Dia 28, às 19h00, no El Corte Inglés, sessão do ciclo de conferências e debates Pensar Portugal: Sobre a Morte e o Morrer, com o autor Walter Osswald (0€, inscrição prévia em: Ponto de Informação, Piso 0, ou relacoespublicas@elcorteingles.pt)
  • Dia 29, às 21h30, no Café Saudade, Sintra, Leituras no Café Saudade (tertúlia literária): poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen (O Nome das Coisas), dinamizadas por Vítor Pena Viçoso (0€)
  • Dias 5 e 6 de Abril, no Salão Nobre do Palácio Marquês de Pombal, Oeiras, X Encontro de História Local do concelho de Oeiras: O Quotidiano em Oeiras no Século XVIII (5€; tel. 214 404 851/91, dphm@cm-oeiras.pt - CM Oeiras / Divisão de Património Históricoe Museológico



Não deixe de consultar a matriz de exposições (clicando aqui pode descarregar ficheiro Excel).



13.3.14

as memórias vivas em "Ilusão".


Como saberão alguns, andámos nas últimas semanas envolvidos num projecto do Teatro da Cornucópia: levar à cena o espectáculo "Ilusão", a partir de textos vários do muito jovem Lorca, com encenação de Luis Miguel Cintra (que também participou como actor), envolvendo a demais estrutura-base da companhia, sendo o elenco composto por estudantes e amadores de teatro (com a excepção assinalada). Já por aqui explicámos o projecto, já falámos sobre o sentido do próprio espectáculo, já demos conta da grande experiência que tudo isto representou para quem teve a oportunidade de participar. Para fechar este ciclo de testemunho, deixo agora uma nota sobre o mergulho na memória que nos foi proporcionado por esta experiência.

Uma sociedade sem memória é uma impossibilidade humana. Nós não somos os calculadores racionais que alguns pensam que os humanos são, tomando furiosamente decisões para optimizar o lucro ou alguma vantagem equivalente. As sociedades de humanos são construções históricas, enraizadas numa experiência transmitida e partilhada, cujo respeito é o chão a partir do qual se levanta a possibilidade de mudança e de melhoramento. Este viver dentro de uma memória (que se espera seja dinâmica, não apego ao imobilismo) tem de traduzir-se em muitos processos separados, "regionais", específicos. Mas, em qualquer caso, actualizar a memória faz sempre parte da vida de uma comunidade humana que não tenha sido reduzida à escravatura do imediato sobreviver. Esta "actualização da memória" tomou um aspecto muito concreto nesta levada à cena da "Ilusão". Como? Pois, simplesmente, porque a base material da encenação e dos figurinos foi o reaproveitamento de elementos que já tinham servido espectáculos anteriores. O próprio encenador explicou à comunicação social que o piano vertical que está sempre em cena (e toca) é um elemento que está ali ao serviço desde a primeira peça apresentada pela companhia no Teatro do Bairro Alto (depois de ter sido oferecido por sua avó). Mais do que isso: cada um de nós vestiu algo herdado de outros espectáculos. Pessoalmente, mesmo se esta opção é uma forma de não encarecer o espectáculo (e isso não me choca nada), a circunstância traduziu-se num bonito mergulho na história e na memória da Cornucópia.

Como exemplo deste processo, vou dizer-vos de onde vieram os elementos que, vestindo-me e calçando-me, me ajudaram a compor a personagem "a sombra de Sócrates". (Agradeço à Cristina Reis e ao Luís Santos as indicações que suportam o restante deste texto.)



O que se trata é de identificar por onde andaram antes a túnica, o manto e as sandálias.

A túnica foi usada por Luis Miguel Cintra no espectáculo A Cidade, com base numa colagem de textos de Aristófanes. Esteve em cena no Teatro Municipal São Luiz, entre 14 de Janeiro e 14 de Fevereido de 2010. (Mais elementos no historial da Cornucópia. Eu escrevi sobre esse espectáculo aqui.)


(Fotografia de Pedro Soares)

O manto foi usado por Manuel Romano, no papel de Júpiter, no espectáculo Esopaida ou Vida de Esopo, de António José da Silva (O Judeu). Esteve em cena no Teatro do Bairro Alto entre 11 de Novembro e 19 de Dezembro de 2004. Esteve depois em Faro (2005) e no Porto (2006). (É aqui referido no sítio da companhia.)


Manuel Romano, como Júpiter, na Esopaida. (Fotografia de Luís Santos)

As sandálias foram usadas por João Grosso, no espectáculo Tito Andrónico (William Shakespeare), no papel de Saturnino. Esteve em cena no Teatro Nacional D. Maria II, entre 24 de Junho e 27 de Julho de 2003. É referido aqui no historial da companhia.

João Grosso em Tito Andrónico (Fotografia de Francisco de Almeida Dias)

E assim fomos conduzidos à memória de uma casa com memória. Um privilégio, porque sem memória não há futuro. Porque só com raízes faremos futuro.


o avião desaparecido.


Desapareceu um avião lá para o Oriente com duas ou três centenas de pessoas a bordo.
Andamos consternados.
Andamos, mesmo?!
Todos os dias "desaparecem" muito mais do que duas ou três centenas de pessoas, em todo o mundo, de fome, de doença por tratar, de abandono, a tentar emigrar.
E não se nota nenhuma consternação assim tão atenta.
Não andamos nada consternados: comemos mortos em vida todos os dias ao pequeno-almoço.
Andamos é curiosos pela novela tecno-detectivesca "como é que eles fizeram aquilo?". E "quem são eles?". E "o que foi aquilo?".
Só isto.
Lamento desiludir-vos, humanistas.

12.3.14

a Ucrânia e nós.

11:38

Já expliquei que nada no assunto Ucrânia me parece linear ("Um apontamento Ucraniano"). Contudo, o que tem acontecido nesse país merece uma reflexão mais geral sobre os processos de contestação. Deixo, por hoje, só a minha contradição de partida.

Por um lado, a forma violenta como se processou a mudança de poder na Ucrânia deu acesso aos comandos do Estado a uma série de forças indesejáveis, nomeadamente extremistas de direita, incluindo saudosistas dos partidários de Hitler, sendo que algumas dessas forças não hesitam em usar a violência para abrir caminho. Isso poderia ter sido evitado com uma transição pacífica e negociada, ou se, pelo menos, o anterior poder tivesse respeitado mais lealmente as oposições.

Por outro lado, provavelmente nada teria acontecido se as oposições se tivessem mantido pacíficas. O anterior grupo dirigente estava agarrado às suas cadeiras e nunca mudaria no essencial o seu estilo autoritário (para dizer o mínimo). É quase certo que só a violência permitiu desestabilizar a anterior situação.

Vale a pena obedecer só para evitar a violência e as suas consequências? Ou "perdido por cem, perdido por mil"? As respostas "burocráticas" não ajudam a explicar nada. E, um destes dias, podemos voltar a pensar nisto a partir do caso da Grécia: vendo as coisas da actualidade, valeu ou não valeu a pena agitar a rua num dado momento de um passado recente?