A ponte mais comum entre o natural (o que não fomos nós que fizemos) e o artificial (o que fomos nós, ou alguém por nós, a fazer) são as próteses. A ponte liga o lado de cá, de onde queremos sair (o corpo herdado e os seus caminhos que nada nos perguntam se queremos) com o lado de lá, para onde queremos ir (segundo as nossas necessidades percepcionadas, ou segundo a nossa imaginação desejante). Podemos querer realizar o sonho de Ícaro - ou podemos querer uma alma toda nova. Montados nas próteses, o calor do sol é o nosso limite. Tal como Ícaro aprendeu, contudo, tarde de mais... Pois.
Destas coisas se irá por aqui falando, por vezes.
Destas coisas se irá por aqui falando, por vezes.
Panamarenko, Mock-up, 1985