30.11.24

O que esperar de António Costa?

09:00




No dia em que António Costa assumiu em pleno as suas funções de Presidente do Conselho Europeu (ontem, 29 de novembro), assinei em O Jornal Económico um "ensaio" intitulado "O que esperar de António Costa?". Para registo, fica aqui esse texto. No final, fica o link para a publicação original.

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1. O primeiro socialista Presidente do Conselho Europeu parte com o crédito do seu histórico de construtor, mas o mundo está perigoso, a UE enfrenta decisões existenciais e a sua família política é largamente minoritária na instituição que o elegeu. O que poderá António Costa tentar e o que poderá conseguir?

2. As funções do Presidente do Conselho Europeu estão entre quase nada e quase tudo. "Preside”, “dinamiza”, “assegura a preparação e continuidade dos trabalhos”, “facilitar a coesão e o consenso”, “representação externa da União”, dizem os Tratados, poderia ser uma função basicamente organizativa, própria de um funcionário público altamente qualificado. Mas pode, e deve, ser muito mais, procurando as decisões políticas que minimizem a divergência entre os diferentes interesses nacionais em presença e maximizem a convergência entre esses e o interesse comum europeu. António Costa terá sido escolhido por quem testemunhou as suas qualidades neste campo.

Entretanto, tais funções são exercidas numa rede de tensões complexa. Entre o Conselho de Assuntos Gerais, a cooperação com a Presidente da Comissão, o papel da Alta Representante em matéria de representação externa e o reporte ao Parlamento Europeu, a sua margem de manobra não é território firme à partida: terá de ser conquistada no dia-a-dia.

A tendência passada de Ursula von der Leyen para alargar informalmente as suas competências (e a necessidade de corrigir esse desvio), bem como uma previsível mudança de sensibilidade ao estado global do mundo do anterior para a atual Alta Representante, colocam pressão no jogo de cooperação competitiva em que se moverá António Costa.

Entre quase nada e quase tudo, o novo Presidente conquistará o seu espaço, sabendo que, se há problemas de fundo na União Europeia pelos quais pouco poderá fazer, há outras matérias decisivas nas quais, esperamos, tentará suavemente introduzir alguma razoabilidade. Vamos por partes.

3. Não é por acaso que reafirmamos sempre que o nosso europeísmo é crítico. Somos europeístas, não desistimos da UE (seria irresponsável desistir da nossa específica organização regional num mundo onde o perigo de estar sozinho é crescente), mas sabemos que é necessário diminuir o peso do neoliberalismo na ideologia implícita de muitas opções das instâncias comunitárias.

António Costa mostrou saber resistir à tentativa de interferir na política nacional a partir de Bruxelas numa base ideológica estreita, quando venceu a batalha contra as sanções que os falcões queriam impor a Portugal, em 2016, por incumprimento dos critérios quanto ao défice e à dívida pública. Multas e suspensão dos fundos comunitários, a aplicar durante a governação de António Costa, por um incumprimento relativo ao período governativo de Passos Coelho, era o que pedia o PPE (o grupo europeu de PSD e CDS). O problema do neoliberalismo incrustado é, contudo, mais vasto. Vejamos o exemplo do papel do BCE.

Sempre que cai no debate público alguma decisão do BCE que pode conflituar com orientações de política pública dos Estados-Membros, ou da própria UE, a justificação padrão é a função que os Tratados lhe cometem. Foi o caso com a subida acentuada das taxas de juro como estratégia para combater a inflação decorrente da guerra na Europa, em choque com os esforços de vários governos para proteger as famílias da perda de rendimentos (designadamente, energia e bens alimentares). Apresentando a estabilidade dos preços como a sua função primária, isso é confundido com o que seria uma função única ou cega.

Ora, na verdade, o que os Tratados estipulam é que, também, “apoiará as políticas económicas gerais da União tendo em vista contribuir para a realização dos objetivos da União”, incluindo o pleno emprego, a proteção social, a coesão económica, social e territorial, o progresso científico e tecnológico, a justiça social, … Isto quer dizer que o mandato do BCE não pode ser reduzido a uma visão monetarista da governação.

Não existia uma fórmula simples para lidar com a inflação, mas a visão estreita da situação resulta diretamente dos pressupostos ideológicos subjacentes. Este é um exemplo concreto de que as ideologias têm consequências práticas na política europeia, o que não será revertido por iniciativas positivas, mas localizadas (como é o caso do recente relatório Draghi, que chama a atenção para a necessidade de mais competitividade precisar de mais e não menos inclusão social).

Esse neoliberalismo implícito desconsidera as consequências gravosas dos excessos de desregulação, descura os efeitos da submissão da economia real aos interesses da especulação financeira, e das privatizações descontroladas que retiram capacidade efetiva aos poderes públicos, degrada a condição dos trabalhadores pela desregulação intensiva do mercado de trabalho.

Os esforços para reequilibrar este cenário – designadamente, o Pilar Europeu dos Direitos Sociais – não reverterão só por si o já longo “tsunami” ideológico. Para um socialista democrático, esta é a grande questão do nosso europeísmo. Ora, o Presidente do Conselho Europeu não poderá fazer grande coisa para mudar significativamente este pano de fundo da política europeia. Até porque lhe faltam aliados.

4. Há, não obstante, matérias decisivas para o nosso futuro comum que podem beneficiar da racionalidade política e da sageza de António Costa. A UE falhará aos cidadãos se não encontrar respostas robustas para o seu alargamento, para a definição do seu papel no mundo, para as transições climática e digital articuladas e socialmente justas – e se não encontrar os novos recursos próprios apropriados a enfrentar e vencer esses desafios.

O novo Presidente do Conselho Europeu mostrou, anteriormente, compreender bem cada uma dessas facetas da dinâmica europeia e deu sinais de poder introduzir alguma sensatez na abordagem de algumas dessas matérias. Menciono duas.

No tocante ao alargamento, proliferam as visões ligeiras que admitem que ele possa ocorrer à sombra de um desleixo dos critérios definidos para a adesão, pondo a “vontade política” voluntarista à frente das exigências democráticas e socioeconómicas que garantam a coerência do projeto. António Costa deu, a seu tempo, sinal de que tal movimento não pode ser bem-sucedido sem a transformação do funcionamento da UE, e que não pode ser um alargamento desordenado que faça perigar a consistência de todo o edifício, que troque os valores fundamentais pela pressa e arrisque o desperdício da experiência histórica deste projeto singular.

Quanto ao papel da União no mundo, se a autonomia estratégica (competitividade, energia, defesa) é essencial para que a UE não seja um infante ingénuo num mundo de gigantes agressivos, é crucial entender que a questão existencial é a questão da guerra e da paz. Ora, aí, nem toda a propaganda é suficiente para nos fazer ignorar questões simples: o que fez a UE para evitar que se chegasse à invasão russa da Ucrânia, atuando na compreensão de que só a segurança comum é segurança de todos? O que fez a UE para evitar que se chegasse à situação atual no Médio Oriente? O que faz a UE para evitar a proliferação de abordagens claramente incoerentes aos dois casos, onde aqui se apela ao direito internacional e ali se esquecem as suas exigências?

Devemos ter a esperança que um António Costa que, na sua juventude, mostrou que lhe fazia sentido a mensagem “deem uma oportunidade à paz”, e que entendia essa mensagem para lá das fronteiras partidárias, seja capaz de levar as lideranças europeias a compreender que, se temos de estar preparados para a guerra neste mundo real em que vivemos (e não adormecermos todos os dias acomodados à nossa dependência do “amigo americano”), também temos de ser capazes de esforços reais e concretos para fazer a paz (e é entre inimigos que é preciso fazer a paz), onde não confundamos conferências de paz com iniciativas onde só são bem recebidos os aliados de um dos lados. Ignorar a questão limite, que é a questão da guerra e da paz, seria, afinal, suicidário.

5. A situação de António Guterres como Secretário-Geral da ONU mostra que os bloqueios endógenos de uma organização pesam mais na dura realidade que o génio de uma liderança. Acredito, contudo, que António Costa conseguirá, lidando com o labirinto institucional, reunir na UE as inteligências e as vontades políticas necessárias para nos aproximarmos um pouco mais do sempre fugidio ideal europeu da prosperidade partilhada.

(Link para a publicação original: O que esperar de António Costa?)


Porfírio Silva, 30 de novembro de 2024
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15.11.24

Fórum Europeu sobre o Futuro dos Partidos Políticos


Republico aqui, para registo, o texto que publiquei na edição de ontem do Acção Socialista.

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Teve lugar, na passada semana (7 e 8 de novembro), em Roma, mais uma edição do Fórum Europeu sobre o Futuro dos Partidos Políticos, no qual tive a oportunidade de participar, a convite dos organizadores. Dessa realização dou nota sumária neste apontamento.

O Fórum tem vindo a decorrer há já sete anos, organizado pela Fundação Friedrich Ebert, em colaboração com o Instituto Universitário Europeu, de Florença, e, este ano, reuniu académicos (principalmente de ciência política) e políticos no ativo desenvolvendo a sua investigação e/ou ação na Áustria, Bulgária, Chéquia, Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, Roménia, Suécia, Suíça e Estados Unidos da América.

O tema deste ano foi “Para além da social-democracia: a transformação da esquerda nas sociedades do conhecimento emergentes” e foi abordado neste Fórum a partir dos trabalhos que se encontram refletidos no livro Beyond Social Democracy: the Transformation of the Left in Emerging Knowledge Societies, publicado este ano pela Cambridge University Press, tendo como organizadores Silja Häusermann, da Universidade de Zurique, e Herbert Kitschelt, da Universidade de Duke (na Carolina do Norte, EUA).

Sem prejuízo de, em edições futuras, darmos informação mais circunstanciada sobre os debates ocorridos neste Fórum, deixamos, desde já, breve apontamento sobre algumas das questões mais salientes que foram, nesta ocasião, abordadas.

A grande novidade das discussões deste ano, que, mais uma vez, se integram numa linhagem de investigação sobre o campo da social-democracia como corrente de ação política, e que (desde há alguns anos) nunca deixam de refletir sobre o chamado declínio eleitoral da social-democracia, foi o enquadramento mais abrangente: em vez de pensarmos apenas nos partidos da social-democracia tradicional (incluindo os que escolheram uma das designações historicamente equivalentes, como sejam os socialistas democráticos ou os trabalhistas), pensamos num campo mais plural da esquerda democrática. Isto é: há, hoje, em vários países, formações políticas que, concorrendo eleitoralmente com os tradicionais partidos da social-democracia, não deixam de ter um ideário também ele social-democrata (mesmo que não o admitam explicitamente). Ora, no quadro dos desafios enfrentados hoje pela esquerda democrática, não deixaria de ser pertinente pensar a ação política sem desatender da importância de contar com esses partidos para construir blocos políticos e sociais amplos, capazes de fazer avançar a ação social-democrata para além das fronteiras orgânicas estritas dos tradicionais partidos desse campo.

Um exemplo das questões suscitadas por esta linha de análise é o seguinte: um partido da área da social-democracia pode escolher um posicionamento político, face a outras partidos da esquerda democrática e face a partidos da direita, que o engrandece eleitoralmente à custa desses outros partidos quando, afinal, eles poderiam ser futuros parceiros. Isso pode garantir um certo sucesso eleitoral relativo, no imediato, mas sem retirar um voto à direita - e, portanto, potencialmente, ficando-se pela redistribuição de votos dentro da esquerda e deixando à direita a maior margem de manobra. Entretanto, essa não é a única opção: um partido da social-democracia tradicional pode, mesmo que com algum risco político, procurar captar eleitorado que oscila entre a direita democrática e a esquerda democrática, de modo a conseguir ampliar a força do conjunto da esquerda democrática, mesmo que isso implique perder algum eleitorado para outros partidos dessa esquerda democrática. Esta opção poderia ser mais arriscada para um determinado partido, mas tornar-se mais vantajosa para o conjunto do campo da social-democracia. (Em termos de teoria dos jogos, o risco seria que a estratégia “egoísta” tenderia a ser a “estratégia dominante”, quer na ótica da competição entre partidos da esquerda, quer na ótica da competição entre esquerda e direita.)

Evidentemente, este tipo de raciocínio não é um raciocínio puramente tático, nem puramente eleitoral. Este tipo de raciocínio torna-se relevante para responder, quer à realidade da crescente fragmentação política e partidária que se tem verificado em muitas democracias, quer para responder politicamente a um desafio de fundo que enfrentam as esquerdas em muitos países. O desafio de fundo é a existência de várias esquerdas, nem sempre compatíveis entre si no que toca a definir rumos para as políticas públicas: desde uma esquerda mais tradicional, com opções políticas marcadamente desenhadas a partir da economia e do programa de redistribuição como caminho para menor desigualdade e mais justiça social, passando por uma esquerda mais focada em valores liberais ou libertários, ligados à promoção dos direitos individuais como dimensão irrenunciável de uma democracia aprofundada, até esquerdas mais conservadoras em termos de valores, embora reivindicativas em termos socioeconómicos (por exemplo, as tensões acerca da imigração ou das agendas de novos direitos, tensões envolvendo algumas correntes da esquerda). O ponto é que esta análise não se esgota na consideração de posicionamentos ideológicos: ela corresponde, na realidade de muitos países, a diferenças profundas na composição social dos eleitorados de diferentes partidos de esquerda. Portanto, não é o “mero” campo das ideias, ou do simbólico, que está em questão; estão em questão diferenças sociais reais que reclamam soluções políticas diferentes e, por vezes, até, pelo menos à primeira vista, contraditórias.

Não sendo possível, no espaço de um artigo de jornal, dar nota da riqueza de todos os debates que tiveram lugar neste Fórum, voltaremos, logo que possível, a reportar aspetos do rico conteúdo deste Fórum.

Entretanto, deixamos uma sugestão. O livro que, como mencionado acima, providenciou os trabalhos de partida para este Fórum, encontra-se disponível, para ser descarregado gratuitamente, de forma legal, no sítio da editora, no seguinte endereço: Beyond Social Democracy: the Transformation of the Left in Emerging Knowledge Societies .



Porfírio Silva, 15 de novembro de 2024
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5.11.24

Recusemos as agendas míopes




Deixo aqui, para registo, o editorial do Acção Socialista publicado na edição de ontem, 4 de novembro de 2024, da minha responsabilidade como diretor desse órgão de informação do PS.


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Recusemos as agendas míopes


Porque é que os partidos socialistas e sociais-democratas não são hoje revolucionários e são partidos gradualistas, que procuram melhorar a condição das pessoas cuja vida depende do seu trabalho, partidos que trabalham para avanços incrementais, que não jogam tudo ou nada numa “futura sociedade socialista”, que procuram melhorias passo a passo? Não é porque tenham perdido o sentido da utopia; é porque aprenderam, historicamente, que o foco exclusivo na agenda do proletariado não permitia progressos sociais significativos. Compreenderam que uma agenda mais vasta – a agenda da democracia, a agenda da construção de instituições democráticas – que não interessa apenas ao proletariado, mas também a outros grupos sociais – dava mais ferramentas de luta, reunia forças mais vastas, abria mais portas para concretizar objetivos de primeira importância para o interesse dos trabalhadores. E essas conquistas podiam enraizar-se mais solidamente em instituições democráticas. É dessa compreensão que nasce o socialismo democrático, ou a social-democracia, e que nascem os avanços sociais que têm sido possíveis por ação desta corrente política há mais de um século. A agenda do mundo do trabalho obteve vitórias mais profundas e duradouras por se ter incrustado na agenda da república democrática.


Hoje, de novo, os combates dos socialistas contra as desigualdades injustas, pelo trabalho como expressão de humanidade que não pode ser encarado como uma mercadoria, pela solidariedade organizada, esses combates só podem ser eficaz e eficientemente travados e vencidos se forem embutidos numa agenda mais vasta – a agenda dos direitos humanos. A nossa Constituição, ao definir Portugal, logo no seu artigo 1º, como uma República baseada na dignidade da pessoa humana, dá o rumo: o exercício de todos os direitos, bem como a assunção de todos os deveres, tem como horizonte a dignidade da pessoa humana. De toda a pessoa humana. Hoje, num mundo empestado de tentativas sistemáticas para dividir os povos em categorias estanques com critérios de oportunismo e de propaganda (como aqueles que falam de “portugueses de bem” para diminuir os que não sejam seus apaniguados), o primeiro inimigo de qualquer luta por direitos sociais é a desconsideração dos direitos humanos na sua universalidade. Num mundo atacado por populismos agressivos, a única estratégia possível para defender as conquistas sociais é não vacilar em matéria de direitos humanos, em matéria de dignidade da pessoa humana. Qualquer cedência ou fraqueza nossa em matéria de direitos humanos e de dignidade da pessoa humana será paga, mais cedo ou mais tarde, em retrocessos sociais.


Essa é uma razão sólida para recusarmos agendas míopes, agenda imediatistas (pensar apenas na próxima eleição faz-nos correr o risco de perder a alma… e perder a próxima eleição).


O Secretário-Geral do PS, intervindo no encerramento do debate na generalidade do OE para 2025, deu ao país um bom exemplo prático de como se recusam agendas míopes. Afirmou, a dado ponto: “Para o atual Governo – como para toda a Direita – o conceito de Segurança limita-se à segurança da integridade física e da propriedade. Uma resposta que acaba sempre por falhar, porque não entendem que as sociedades mais seguras são as mais coesas e estáveis – e que as sociedades com maiores níveis de exclusão e de desigualdades são também as mais inseguras e as mais violentas.” Lá está: uma agenda míope para a segurança é uma agenda meramente securitária; uma agenda de vistas largas, uma agenda responsável para a segurança entra em conta com a coesão social. E, logo de seguida, disse ainda Pedro Nuno Santos: “Sabemos que, quando a insegurança e a instabilidade são endémicas, a esperança pode ser derrotada pelo medo. E todos sabemos que há na Política quem viva do medo, quem se alimente do medo, quem promova o medo.” E logo reafirmou, em nosso nome, em nome dos socialistas, que derrotaremos os que promovem o medo. Lá está: uma agenda de vistas largas para a segurança é uma agenda que recusa o medo, que recusa a promoção do medo.


É disso que precisamos, precisámos sempre e precisamos especialmente nos tempos difíceis que vivem hoje os democratas por todo o mundo: recusar agendas míopes, recusar agendas oportunistas, recusar ceder ao medo (e recusar a promoção do medo), lutar no quadro de uma ampla agenda democrática, de uma agenda de direitos humanos e de dignidade da pessoa humana – a única agenda capaz de reunir as forças suficientes para impedir recuos nas conquistas sociais. E, tendo a ventura de viver num país com uma Constituição democrática, traçar uma linha clara assente na proteção constitucional da dignidade da pessoa humana e na defesa da legalidade democrática.


Porfírio Silva, 5 de novembro de 2024
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