Uma espécie de cimeira dos novos fascistas europeus reuniu-se ontem em Koblenz, Alemanha. Marine Le Pen (Frente Nacional, França), Frauke Petry (Alternativa para a Alemanha), Geert Wilders (Partido para a Liberdade, Holanda), Matteo Salvinin (Liga do Norte, Itália), Harald Vilimsky (Áustria), festejando Trump e falando para uma plateia de umas centenas (menos do que o milhar de polícias a tomar conta da ocorrência), insistindo nas palavras "nação", "patriotismo", "controlo de fronteiras", "identidade nacional" e "defesa dos povos". Está em marcha uma grande ofensiva.
À esquerda temos de colocar-nos questões. (Há democratas na direita, claro que sim, e espero que também se façam perguntas relevantes acerca disto tudo. Mas, estando eu à esquerda, tenho as minhas próprias questões.) À esquerda, o que vamos fazer? Vamos também fechar-nos em nacionalismos - ou vamos ser capazes de renovar as melhores tradições do nosso internacionalismo? Vamos fechar-nos em sectarismos de grupo - ou vamos ser capazes de construir convergências mais amplas e mais fortes, sem perder a força da diversidade?
O novo fascismo europeu une-se. E nós? Perdemo-nos no acessório ou agarramos o essencial?
22 de Janeiro de 2017