Paulo Rangel acaba de referir o meu nome em plenário do Parlamento Europeu para atacar o PS e o governo português.
A tese dele é que a minha entrevista ao jornal "i" mostra que o PS não é um partido europeísta. Pois, isso só mostra que Rangel, empenhado a fazer claque contra Portugal, não sabe ler.
Não soube ler nada do que escrevi ao longo dos anos, onde sempre me situei na esquerda mais pró-europeia que existe (aliás, sempre em debate, nesse ponto discordante, com o PCP e o BE).
E também não soube ler a entrevista, porque se tivesse lido entenderia que só um europeísta convicto pode ter as preocupações que eu tenho quanto à democraticidade da União Europeia.
Mas os paulos rangeis deste mundo, no seu papel anti-patriótico, não têm de saber ler, porque o papel que desempenham não passa pela racionalidade do debate. (Já descontado o disparate de dizer que eu sou o principal conselheiro de quem quer que seja.)
Aliás, o comportamento de certas "personalidades" do PSD nos últimos dias só demonstra, na prática, que aquilo que eu disse na entrevista ao "i" é completamente verdade, uma mera descrição da realidade de como funciona a direita europeia no PPE: a única coisa pela qual se movem é o interesse dos seus próprios partidos, os partidos do Partido Popular Europeu. Na prática, o ataque contra o governo português, além de servir o objectivo geral de tentar interditar governos de esquerda na Europa, serve o jogo de tentar evitar um governo espanhol que deixe Rajoy de fora. As instituições europeias estão a ser usadas pelos sectores mais radicais do PPE para tentar salvar um governo de direita em Espanha: esse jogo de interesse partidário é mesmo o que os move.