Hoje o parlamento português completou a apreciação do programa do XXI Governo Constitucional, liderado por António Costa. Terminou com a votação da moção de rejeição apresentada pela direita. A rejeição foi rejeitada, temos agora um governo em plenitude de funções.
Deixo algumas postas que fui colocando no Facebook durante este debate.
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António Costa, a abrir o debate do programa de governo, lembra que é o parlamento que representa o povo e é perante o parlamento que o governo responde. Ao mesmo tempo, lembra o compromisso de dialogar na concertação social.
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Luís Montenegro continua a enterrar a direita no seu actual radicalismo. Faz isso com o seu actual antiparlamentarismo. Esta direita cada vez mais conservadora e, agora, antiparlamentar, é uma relíquia reaccionária de que o país nada pode esperar.
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Marco António a comprovar: a direita portuguesa tornou-se antiparlamentar. Se PSD e CDS têm minoria no parlamento e insistem que ganharam as eleições, só pode ser por confundirem eleições com plebiscitos. Confundem eleições legislativas com plebiscitos. Isso é muito perigoso. Já não há social-democratas no PSD? Já não há democratas-cristãos no CDS? É que fazia falta que os social-democratas e os democratas-cristãos evitassem a deriva antiparlamentar desta direita. É que a direita antiparlamentar foi muitas vezes o ninho do pior reaccionarismo. O ninho da pulsão totalitária.
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Num jornal leio a opinião de que a direita fez bem em apresentar uma moção de rejeição ao programa de governo. O argumento é que "os vencedores" têm de "utilizar os mecanismos parlamentares para tentar repor a verdade das urnas". Parece que ainda não perceberam: os mecanismos parlamentares vão mostrar, uma vez mais, que a direita perdeu as eleições. Os mecanismos parlamentares vão mostrar, uma vez mais, que é a verdade das urnas que suporta o actual governo.
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A líder do Bloco, Catarina Martins, acabou de dizer no parlamento algo muito importante: à esquerda há diferenças, mas essas diferenças não devem ser escondidas, nem disfarçadas, nem resolvidas em segredo. Devem ser assumidas e resolvidas. Isso é muito importante para assumir a plenitude da democracia parlamentar, para realizar a plenitude da representação. A esquerda a dar lições de maturidade democrática.
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Intervenção de Paulo Portas no parlamento a mostrar que a direita perdeu o norte: não tem nada a dizer sobre o futuro do país e está entretida com a guerrilha estéril dos derrotados. Até é bom para a maioria de esquerda, mas é mau para o país.
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O ministro do ensino superior e da ciência, Manuel Heitor, a intervir no debate do programa de governo. Voltar a apostar no conhecimento. E, certamente, digo eu, acabar com a guerra civil instaurada pelo Ministério Crato na comunidade científica em Portugal. Renovar a obra de Mariano Gago com novas forças.
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No parlamento, Passos Coelho a alinhar no radicalismo antiparlamentar de Paulo Portas. A social-democracia já não mora no PSD. Passos Coelho confunde Soares Carneiro com Sá Carneiro.
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