10.4.07

Espíritos à solta

Espíritos à solta na serra, nas margens do rio, nos altos miradouros, entre os socalcos que se desenham agora para mais tarde suportarem as vinhas. Gente no meio dos espíritos, um outro país, as igrejas fechadas porque as roubam, a simplicidade de estar longe da turba, a fé na ressurreição, a pensar como se celebra um dia em que o deus (ou pelo menos o seu filho feito homem) está morto. Um dia e meio por ano os cristãos têm morto o seu deus, o seu redentor, e sobrevivem. Nós sobrevivemos porque andamos enlaçados e disso temos sinais, como encontrar amigos de longe à porta do museu de Amadeo sem qualquer combinação amarantina.(Pensamentos de uma páscoa no Douro.)


(Entrada no Solar da Rede, Santa Cristina, Mesão Frio. Foto de Porfírio Silva.)