6.8.10

mais peças de um golpe de estado na forma tentada, coisa que parece a alguns menos grave do que um suposto crime ambiental, mas que não nos permite a nós falinhas mansas nem tibiezas de espécie alguma, talvez por não sermos revolucionários e não acreditarmos que vale tudo para fazer terra queimada


Ao fim de seis anos de investigação, a justiça continua a falar como se tivesse chegado ontem de manhã ao caso Freeport. Como se fosse uma telenovela e o argumentista de serviço tivesse mudado e dito "o enredo passado não me importa nem me diz respeito". «Vítor Magalhães e Paes de Faria, os procuradores responsáveis pela investigação do caso Freeport desde Outubro de 2008, pediram formalmente, no dia 12 de Julho, para ouvir o primeiro-ministro e o ministro da Presidência por escrito.» Mas, 12 de Julho de que ano? Deste ano corrente? Mas "a coisa" começou agora?
Entretanto, pelo menos na edição em linha, não encontro na peça nenhuma declaração de interesses de José António Cerejo, o autor desta tentativa de justificar os procuradores que parecem escrever para serem citado na comunicação social. Acho que, sendo ele (segundo dizem) uma parte processual (assistente), com um perfil que implica um certo envolvimento na causa, nos devia, cada vez que voltasse ao tema, uma declaração de interesses. Talvez o Público o dispense disso, para evitar a toda a Direcção do jornal qualquer coisa parecida com uma confissão permanente acerca dos fantasmas de um tal senhor Fernandes.