20.5.15

A ideia é apenas uma ideia (na Cornucópia isto nunca é bem assim, mas).



(Foto de Ricardo Rodrigues)

O espectáculo!
Um maestro frustrado com o seu coro abre o espectáculo, seguindo-se cenas que variam desde reflexões sobre temas como a inspiração, o sonho, o sentimento, o medo, passando por diferentes comentários (simpáticos, desagradáveis e sarcásticos) a uma rapariga que se vê ao espelho; fala-se ainda de uma mulher antiga que “se espreguiça quando cumprimenta o mundo”, joga-se com o relógio que “não nos deixa em paz”, e ainda vemos um mesmo horóscopo aplicado em três versões completamente diferentes. Sobra ainda tempo para se falar de poesia, de épocas de escassez, e para juntamente com o público, se cantar uma métrica aparentemente impossível. Discussões conjugais, críticas a vizinhos, memórias de “outros tempos” e até um concurso televisivo cabem também nestes quadros que de uma forma ora séria ora divertida, tocam em questões marcantes da sociedade actual (o individualismo, a solidão, o desamor).

E como se desenvolveu a ideia?
A peça baseia-se em quadros criados a partir de textos produzidos em sessões de escrita criativa e que formam um todo contínuo, apesar de não se contar uma história nem tão pouco se obedecer a uma estrutura convencional.

E isto vem de onde?
Na sequência do projecto ILUSÃO que integrava 59 actores não profissionais, formou-se espontaneamente um pequeno grupo de teatro, OS ILUSIONISTAS, cujo projecto queremos apresentar na sala do Teatro da Cornucópia, ao longo de uma semana, incluindo uma sessão de conversa com os espectadores com a participação, além dos membros do grupo, de Luis Miguel Cintra e Cristina Reis, no sentido de analisar o trabalho apresentado.
Esta peça deste grupo é uma criação colectiva, tem encenação de Lina Paula Pinto e sonoplastia de Gustavo Almeida. Os autores são Elvira Silva, Isabel Coruche, Jorge Pires Silva, Lina Paula, Manuela Martins, Paulo Almeida e Vitória Pato.

Como faço para ir?
É ir ao Teatro do Bairro Alto (casa do Teatro da Cornucópia) entre 21 e 24 de Maio. Quinta a Sábado às 21:30h. Domingo às 16:00h.

Entrada: 5 euros.

A seguir à sessão de Domingo, conversa com os actores, a que se juntam Luis Miguel Cintra e Cristina Reis.






15.5.15

José Freitas Ferraz sobre "Caderno de Tóquio".




“Caderno de Tóquio” livro recém-publicado de Porfírio Silva.

UMA SUGESTÃO DE JOSÉ FREITAS FERRAZ*

1. Tirando partido de uma estadia em Tóquio por motivos académicos, Porfírio Silva foi abordando ao sabor dos dias num diário irregular, tanto questões banais do quotidiano, como elementos chave da cultura do país, evitando – como o próprio nos diz – dar “uma imagem adocicada” do Japão vulgarmente transmitida pelos turistas que “tendem a olhar apenas para as coisas grandes” sem ver também “o outro lado (as pregas no tecido da vida em comum)”.


Observador atento, escreve sobre o que lhe desperta atenção, tentando racionalizar as suas vivências, arredando ideias feitas e dando-nos uma panorâmica sóbria e acutilante do Japão que pôde testemunhar.

Assim, de Maio ao final de Setembro de 2013, numa espécie de diário irregular, as experiências do dia a dia são o pretexto para nos falar e explicar temas tão diversos como os teatros No, e Kyogen, a complexidade das marionetas Bunraku, os arranjos florais Ikebani, a manga , o desenvolvimento paralelo dos cultos budista e xintoísta, focando igualmente o motivo da sua estadia no Japão, isto é, a dimensão filosófica do desenvolvimento da robótica, através do relato de conversas com os expoentes dessa ciência no país.


2. Sempre com a preocupação de colocar os seus encontros e observações num contexto mais lato e pedagógico, foca igualmente as diferenças que qualquer estrangeiro nota nos primeiros dias duma estadia no Japão: a cortesia, a subtileza e o civismo. Tudo decorre da secular interiorização de que ninguém é mais importante do que o grupo e de que qualquer erro praticado se repercutirá manchando negativamente o núcleo familiar mais próximo. Talvez por isso, o Japão continua a ser dos países com mais baixas taxas de criminalidade, onde é comum não se fechar a porta de casa à chave, sendo normal as mulheres deixarem a carteira com dinheiro e documentos para marcar o lugar num espaço público, enquanto fazem outra coisa; ou, ainda, como foi amplamente divulgado, onde a população entregou em poucos meses à polícia o equivalente a 48 milhões de USD em dinheiro vivo encontrados nos escombros das casas destruídas pelo sismo e maremoto de Março de 2011.

Tal como é referido ao longo do livro, a cortesia é uma constante nos relacionamentos pessoais no Japão e esta característica, decorre de apenas 17% do território – sete vezes maior que Portugal – ser habitável, o que levou os indivíduos, ao longo dos séculos, a depender totalmente do grupo a que pertenciam, não havendo grandes probabilidades de sobrevivência fora da comunidade. Acresce que o isolamento do arquipélago reforçou essas características. Por isso mesmo, desde crianças os japoneses são ensinados a funcionar em comunidade, assimilando o conceito de que ninguém é mais importante do que o grupo (“prego cuja cabeça sobressai leva uma martelada”, como sabiamente refere um popular ditado local).

3. As grandes rupturas no desenvolvimento do Japão, tiveram lugar por influência estrangeira: a primeira com a chegada dos portugueses em 1543 que daria lugar a quase um século de transferências tecnológicas, incluindo as armas de fogo – que permitiriam a unificação do país – mas igualmente a medicina ocidental, a cirurgia, novas técnicas de pintura e as mais modernas técnicas de navegação.

Como reação ao sucesso do proselitismo cristão fomentado pelos missionários portugueses, em 1635 o shogun Tokugawa faz aprovar um Édito proibindo os contactos com o exterior. Essa quarentena só terminaria mais de 200 anos depois quando a frota do Comodoro Perry impõe, em 1863, a abertura do país ao comércio internacional.

De forma indireta, a civilização e a cultura chinesa influenciaram o desenvolvimento do Japão durante mais de um milénio, dando lugar a uma cultura própria. Com a abertura forçada do país ao mundo na segunda metade do século XIX, os japoneses apostaram, em plena revolução Meiji, que a única solução para evitar tornarem-se numa colónia do Ocidente era o desenvolvimento económico rápido, de par com a industrialização. Escassos 25 anos após a chegada de Perry, o Japão já dispunha de uma marinha de guerra com capacidade para influenciar os desenvolvimentos na região; 8 anos depois derrotavam as forças imperiais russas numa série de batalhas em 1904-1905, isto é, em apenas três décadas, o Japão tinha passado do feudalismo a uma sociedade industrial moderna, desenvolvendo as indústrias pesadas e tirando partido da capacidade inata de trabalhar em grupo.

A “revolução Meiji”, marcou a ocidentalização rápida do Japão conceptualmente definida por um artigo célebre de um dos seus teóricos, sob o sugestivo título “deixando a Ásia” , que o pós-guerra e a ocupação americana não deixaram de reforçar.

4. Ao longo do presente texto, o autor refere diversas vezes a presença da modernidade de par com a tradição: o centenário templo ao lado do arranha-céus, mulheres de quimono no bulício das grandes cidades, a grande afluência de público aos teatros Noh, o culto dos antepassados nas ultramodernas metrópoles japonesas: um país onde a simbiose entre o passado e o presente se impõe aos olhos do viajante.

Este livro baseia-se num olhar atento e contextualizado que não pretende ditar chaves de leitura, constituindo antes uma abordagem de diversos temas analisados em diferentes perspectivas, ao longo da encontros ocasionais proporcionados por uma estadia de quase seis meses no Japão.

O equilíbrio entre acontecimentos banais caldeados por explicações eruditas tornam esta obra num testemunho relevante para entender o Japão contemporâneo: lê-se de uma assentada e com gosto, abrindo novas pistas para quem nunca visitou, ou conhece apenas superficialmente o Japão.

Neste contexto, convém não esquecer o interesse, curiosidade – quase ternura – que os japoneses têm por Portugal, sabendo todos o papel que tivemos para a modernização do país nos séculos XVI e XVII e que o crescente interesse pela Europa manifestado nos últimos anos só veio avolumar.



*Embaixador


(Daqui)


14.5.15

(porque não me resigno) Por um debate decente à esquerda.



(o meu artigo de ontem no Público)

POR UM DEBATE DECENTE À ESQUERDA


Três dirigentes do BE publicaram há dias neste jornal uma crítica violenta ao PS a propósito do relatório que um grupo de economistas apresentou ao partido, a nosso pedido. Essa crítica merece algumas considerações.

1. O contrato para a equidade laboral, dizem, “representa a extinção prática do conceito de justa causa consagrado na Constituição” e, com o “regime conciliatório”, a introdução do despedimento livre. Estão enganados. Na via conciliatória proposta, o trabalhador mantém as mesmas garantias, não pode ser despedido sem justa causa (o conceito de justa causa não é alargado) e pode sempre optar pelas regras atuais: indemnização e possibilidade de reintegração na empresa. O que o relatório propõe é pôr na lei um processo conciliatório que já hoje acontece em muitas empresas, mas de modo informal. Ora, a formalização desta negociação protege melhor o trabalhador, até porque o empregador, para iniciar o procedimento conciliatório, tem de informar as estruturas representativas dos trabalhadores.
Convenientemente, estes críticos esquecem que esta proposta integra um pacote de combate à precariedade laboral, incluindo uma forte restrição do recurso aos contratos a prazo e uma nova taxa sobre a rotação excessiva de trabalhadores. Essa taxa, paga pelas empresas que desempregam os seus trabalhadores mais do que a média do sector, obriga-as a suportar os custos de abusarem dos despedimentos, contribuindo mais para o financiamento da proteção no desemprego. Dada a extrema gravidade da precariedade laboral no nosso país, esse problema tem de ser atacado de forma decidida. Mas, infelizmente, há quem queira ignorar esse objetivo central deste exercício.

2. Os dirigentes do Bloco também atacam a redução da TSU das empresas, mas desvirtuando o que consta do relatório. O que realmente é proposto é baixar essa taxa para os contratos permanentes e só para estes. É mais uma medida para combater a precariedade laboral, porque dá um tratamento mais favorável ao emprego estável. A via proposta pelos economistas ao PS tem outro aspeto interessante: as empresas passam a contribuir menos via TSU (uma taxa em que pagam mais as empresas que empregam mais trabalhadores) e a contribuir mais via IRC (um imposto que só pagam as empresas que dão lucro). É uma troca amiga do emprego, em vez de beneficiar os lucros das grandes empresas. Foi, aliás, precisamente esta a justificação que o BE deu, há uns anos, para propor na AR a redução da TSU das empresas por troca de um aumento na taxa do Valor Acrescentado Bruto — mas agora já esqueceu isso e demoniza propostas que já foram suas só por retórica anti-PS. Mesmo quando essa proposta do BE era mais ineficiente na luta contra a precariedade, porque, ao contrário deste relatório, não distinguia entre contratos permanentes e os outros.

3. Os dirigentes do BE também acusam o PS de querer descapitalizar a Segurança Social. É uma acusação estranha, que passa de tangente às propostas para diversificar as fontes de financiamento da Segurança Social, precisamente para melhorar a sua sustentabilidade. Infelizmente, a pressa leva-os a cometer erros tão grosseiros como pressupor que os instrumentos individuais de poupança à disposição dos trabalhadores são apenas privados, quando há oferta pública de instrumentos dessa natureza. A crítica informada daria mais trabalho, mas seria politicamente mais útil.

4. O artigo em apreço também ataca a proposta do complemento salarial anual, um “imposto negativo” pago a quantos durante o ano declarem rendimentos do trabalho inferiores à linha de pobreza (por exemplo, por terem períodos de trabalho com duração insuficiente para garantir um rendimento mínimo aceitável). Esta prestação seria mais abrangente do que o subsídio de desemprego, que exclui a larga maioria dos desempregados. Este fenómeno dos “trabalhadores pobres” preocupa o PS na ótica da defesa da dignidade do trabalho — a mesma ótica pela qual temos defendido o aumento sustentado do salário mínimo. Reação dos dirigentes do Bloco: isto é subsidiar o emprego precário e os baixos salários; o Estado não deve fazer isto, mas antes apoiar as empresas inovadoras e que apostam nas qualificações. Francamente, isto parece cair no discurso da direita “contra a subsidiodependência” (“temos é que apostar na competitividade das empresas e depois a pobreza logo desaparece”), porque esse discurso não passa de retórica destinada a impedir que o Estado se empenhe no combate direto às injustiças mais gritantes. Por vezes, na prática, as retóricas da direita e de certa esquerda convergem assustadoramente.

5. No PS, o debate sobre as propostas do grupo dos economistas está em curso. Muitas propostas poderão ser melhoradas. Seria bom que, à esquerda, se pudesse fazer um debate decente sobre a alternativa ao programa de empobrecimento da direita. Mas, infelizmente, isso poderá nunca acontecer se prevalecer a pulsão básica de certa esquerda contra os socialistas.

Porfírio Silva
Secretário nacional do Partido Socialista


13.5.15

Por um debate decente à esquerda.


"Seria bom que, à esquerda, se pudesse fazer um debate decente sobre a alternativa ao programa de empobrecimento da direita."

O meu artigo de hoje no Público.

11.5.15

um filósofo entre robôs.



Em 2007 terminei o doutoramento em Filosofia das Ciências. Tinha introduzido, nessa investigação, um conceito: Robótica Institucionalista. A ideia de partida era simples: se queremos mesmo lidar com colectivos de robôs (Robótica Colectiva), deixemos de usar simplificações individualistas dos colectivos e vamos inspirar-nos nas instituições, essas complexas ferramentas que usam os humanos para se coordenarem em colectivos sofisticados. Uma parte das minhas apreciações sobre a Robótica Colectiva, simultaneamente admirativas e críticas, eram sobre o trabalho dirigido pelo Prof. Pedro Lima, do Instituto de Sistemas e Robótica (Instituto Superior Técnico). Ora, foi ele precisamente que me disse: então, vem para cá e vamos tentar fazer alguma coisa prática com as tuas ideias. E lá fui e assim se iniciou o "projecto" ou a "linha de investigação" que temos designado por Robótica Institucionalista.

Aprendi muito neste anos - tornei-me ainda mais admirador e interessado na robótica, tendo-me tornado também mais pessimista quanto ao que se pode fazer num horizonte próximo - e tive imenso prazer com a natureza multidisciplinar do nosso trabalho: fazer robótica com inspiração filosófica e com ferramentas das ciências sociais (nomeadamente, de algumas correntes heterodoxas da economia). Fui percebendo, a duras penas, que a multidisciplinaridade, sendo bonita para os discursos, é considerada um estorvo pela maioria dos investigadores, que precisam de "pontuar" nas suas respectivas carreiras e não se permitem "perder tempo" a perceber o que fazem investigadores de outras disciplinas.

Um looooooongo evento que agora termina ilustra bem estas tortuosas aventuras da multidisciplinaridade.

Com o tempo, os meus interesses em Robótica Colectiva (controlar sistemas de múltiplos robôs com conceitos sociais, institucionais) evoluíram para interesses em Robótica Social (robôs metidos em interacções inteligentes com humanos). Mais precisamente, os meus interesses fertilizaram-se mutuamente: robôs sociais (por interagirem com humanos) mas em colectivos alargados (e não apenas em interacções entre um robô e um humano). Quer dizer, passei a interessar-me por interacções sociais entre múltiplos robôs e múltiplos humanos, em ambientes informalmente humanos (e não em laboratórios robóticos feitos especificamente para serem amigáveis para as máquinas). E, sempre, usando conceitos institucionalistas.

Nesta aventura embarcámos três. O Pedro Lima, coordenador do meu laboratório no Instituto de Sistemas e Robótica, com uma enorme abertura de espírito e com uma imensa capacidade para juntar pontas dispersas, desde a ciência da computação à biologia, passando pela economia e a filosofia. O José Nuno Pereira, que veio da matemática para a robótica, passando pela biologia, e que, tendo caído neste caldeirão experimental, não teve medo e se agarrou à Robótica Institucionalista, tendo acabado por fazer o primeiro doutoramento científico num conceito que eu tinha lançado do lado da filosofia. E eu, ansioso de perceber tudo, omnívoro, mas sempre entre dois mundos, a tentar não naufragar em nenhum deles.
Estes três (ajudados pela participação e pelo entusiasmo de outros, de que é justo destacar o Prof. Rodrigo Ventura) tratámos de querer explicar isto ao mundo. Como? Fazendo uma série de experiências robóticas e computacionais inspiradas na minha abordagem filosófica (institucional) e, depois, escrevendo um artigo metade filosofia, metade robótica para uma boa revista de... robótica. Isso: uma artigo metade robótica metade filosofia para uma revista de robótica. Bom, abreviemos razões: não foi fácil, mas está feito. Está publicado (online first) e, confesso-vos, não podia deixar de celebrar. Por que hão-de ser tão difíceis estas coisas? Quando os revisores diziam "isto é difícil de entender", eu dizia para o Pedro e o Zé Nuno: "se eu, na licenciatura, me queixasse de que Heidegger era difícil de ler - e era -, em vez de tratar de dominar a dificuldade, não seria bem tratado; por que é que os cientistas, quando não percebem uma coisa, acham que a culpa é dos outros?". Estão a ver que os diálogos eram um pouco estranhos...

Ninguém festeja um "paper", como se diz nesta gíria, mas este quero festejá-lo. Podem ler a última versão dos autores aqui, podem ler a versão publicada (só para assinantes) aqui.

Deixo, a título de registo, o resumo do artigo intitulado: Institutional Robotics. Institutions for social robots.

The way human beings engage with material things in our environment is experiencing rapid modification. Human and non-human, natural and artificial creatures are on the verge of building unprecedented relations of sociability. This paper takes this process as a horizon for Social Robotics, advancing a new approach to coordinate systems of multiple robots within social spaces durably shared by humans and machines. Given the fact that institutions are the tools in use within human societies to shape social action over long periods of time, we use human-inspired institutions to deal with scenarios involving many-to-many human-robot lasting interactions. Our approach, Institutional Robotics, is inspired by leading economists and philosophers having dedicated sustained efforts to the understanding of social institutions. This paper: (1) advocates the importance of an institution-based approach for multi-robot systems (Institutional Robotics) in real-world human-populated environments, where many-to-many social interactions among robots and humans must be considered; (2) reviews experiments conducted (including novel experimental work) and methodologies used in the process of advancing Institutional Robotics. Both contributions pave the way for a new institution-based methodology to coordinate robot collectives, which stems from an inter-disciplinary approach based on robotics, social sciences and philosophy.

Foi esta reorientação dos meus interesses filosófico-robóticos que acabou por me levar ao Japão. Mas isso é outra história...


7.5.15

Caderno de Tóquio.




Apresento-vos o meu novo livro, já nas livrarias.

A apresentação formal acontece na próxima terça-feira, 12 de Maio, pelas 18h30m, na Galeria Fernando Pessoa do Centro Nacional de Cultura (Largo do Picadeiro, 10, 1º, ao lado do restaurante Café No Chiado, Lisboa). Teremos o prazer de ouvir, na ocasião, o Embaixador Freitas Ferraz (anterior embaixador de Portugal no Japão) e o Dr. Guilherme d'Oliveira Martins (presidente do CNC).

Estão todos convidados.

***

Um filósofo viajante, à procura da cultura milenar e dos modernos robôs do Japão; cinco meses como investigador na Universidade de Tóquio, com incursões noutras universidades japonesas e muitas visitas fora da Academia; cerca de 100 apontamentos escritos ao correr dos dias e das experiências, para espelharem a verdade de um quotidiano diferente; mais de 200 fotografias originais do autor.
Os templos, a cerimónia do chá, os arranjos florais, as diferentes formas de teatro, as ilhas encantadas, os castelos, a manga, os cultos budista e xintoísta, um casal de imperadores adorados como deuses, aspetos da política nipónica, as relações entre homens e mulheres, a cortesia japonesa, a comida, o alojamento tradicional, as tempestades, as sombras que a cultura oficial procura evitar, a escola, a família, a paisagem, robôs com forma humana, cientistas visionários… e muitas outras coisas que escapam ao turista.
Deste livro diz o seu prefaciador, o Embaixador José de Freitas Ferraz: “Com leveza, mas também detalhe e erudição, a presente obra insere-se na linha dos escassos autores portugueses que tentaram explicar o longínquo Japão, num caminho iniciado por Luís Fróis, João Rodrigues e Luís de Almeida ainda nos séculos XVI e XVII, e retomado por Wenceslau de Moraes no início do século passado; prosseguido depois por João Abranches Pinto e António Martins Janeira.”

(anúncio no portal do Centro Nacional de Cultura)

(crítica de Carla Ribeiro no blogue As Leituras do Corvo)

(o livro no sítio da editora)