23.7.12

inversão de valores.


Marcelo: Sócrates “qualquer dia” estará transformado numa vítima do Freeport.

Concretamente, citando o Público: «José Sócrates, "qualquer dia está uma vítima e começa a ser pagante" e poderá mesmo falar numa "perseguição pessoal".»

A ver se nos entendemos: o que preocupa Marcelo não é que José Sócrates tenha sido vítima do caso Freeport, quer dizer, que esse caso tenha - sem nenhuma base substantiva - servido para o conspurcar, para lhe dificultar a acção política, para apimentar a política de ódio contra ele, para o fazer perder tempo, para animar as hostes da oposição toda junta que de outro modo até teria vergonha de se juntar tão juntinha. O que preocupa Marcelo não é que José Sócrates tenha sido vítima, tenha sido alvo de uma perseguição pessoal, porque Marcelo está-se a marimbar para as vítimas em política, desde que não sejam do seu regimento. O que preocupa Marcelo é que qualquer dia toda a gente, mesmo os muito distraídos, mesmo os muito cegos pela raiva, vão perceber que José Sócrates foi uma vítima, deste caso e de outros parecidos, porque de uma montanha de nada se fez toda esta novela infinita.
Claro, não se trata dos que têm amigos disponíveis nos serviços secretos: esses provavelmente há muito tempo que perceberam como essas coisas se fazem. Trata-se de entrar pelos olhos dentro de toda a gente aquilo que Marcelo quereria que poucos compreendessem. É isso que preocupa Marcelo. O que ele quer dizer é: "companheiros, vamos largar este osso antes que toda a malta perceba quem tramou isto".
O miraculoso professor dos domingos não está preocupados com as vítimas. Está preocupado é com os autores morais. E com os beneficiários.