7.10.10

o pobre debate


Críticas às medidas de austeridade. Assis só não fala de Seguro para não “abrir um conflito”. Francisco Assis garante que "no essencial" o PS está unido.

O estado do debate nacional é conhecido: há uma absoluta incapacidade de "conversar" sem "desconversar". Todas as divergências são sempre tomadas como definitivas. Foge-se ao compromisso como o diabo da cruz - e faz-se gala dessa tara. Rasgar é que é bom, desde os tempos da outra senhora. Para desgraça nossa, isso não se passa apenas entre partidos, mas também dentro dos partidos. Continuam a prevalecer os que pensam que o país deve ser governado por exércitos de silêncios, que não sabem como debater na praça pública sem arremessos nem populismos. Seguro faz umas sugestões que douram o seu brazão a pensar em batalhas futuras, mas não coloca sumo nenhum na conversa, como se as suas responsabilidades institucionais não lhe pedissem mais. Assis não fala de Seguro, parece que por temer dizer ao país cobras e lagartos do seu camarada de bancada. E acha que no essencial o PS está unido. Concordo - mas depende do que é o essencial. Uma coisa eu sei: assim, o que é essencial para o PS pode deixar de ser essencial para o eleitorado. E, em democracia, o eleitorado espera mas nunca falha. Mais cedo ou mais tarde.