Manuel Maria Carrilho tem um truque velho: tenta prevenir qualquer substituição num cargo público fazendo declarações que possam ser consideradas discordantes. Depois, quando a substituição mostra que em república não há cargos vitalícios, explicita a tese: fui despedido por causa da discordância. Se fosse assim tão corajoso teria saído pelo seu próprio pé, quando o governo o mandou votar na UNESCO uma pessoa que ele considerava indesejável. Em vez de se fazer substituir no levantar do braço, mantendo-se no cargo apesar de "radical discordância", teria mostrado a coerência das convicções terminando a sua missão de representar "gente que o manda fazer coisas infames". Mas isso não iria de acordo com o seu fito: manter-se. Para se manter, vale tudo. Agora, arriscar o lugar pela tal verticalidade de posições, isso já é outra história.
24.9.10
a coragem dos cobardes é questão de conversa. ou será antes assunto de oportunismo?
Manuel Maria Carrilho tem um truque velho: tenta prevenir qualquer substituição num cargo público fazendo declarações que possam ser consideradas discordantes. Depois, quando a substituição mostra que em república não há cargos vitalícios, explicita a tese: fui despedido por causa da discordância. Se fosse assim tão corajoso teria saído pelo seu próprio pé, quando o governo o mandou votar na UNESCO uma pessoa que ele considerava indesejável. Em vez de se fazer substituir no levantar do braço, mantendo-se no cargo apesar de "radical discordância", teria mostrado a coerência das convicções terminando a sua missão de representar "gente que o manda fazer coisas infames". Mas isso não iria de acordo com o seu fito: manter-se. Para se manter, vale tudo. Agora, arriscar o lugar pela tal verticalidade de posições, isso já é outra história.